domingo, 21 de dezembro de 2008

Polícia Militar de PE na Guerra do Paraguai

Transcrevo hoje, na íntegra, matéria publicada no Diário de Pernambuco, seção colunas, de 15 de outubro de 2008. Vale muito a pena conferir essa importante página da história pernambucana.

O embarque do grupo da PMPE para a Guerra do Paraguai

Jorge Luiz de Moura
Coronel RR/PM ex-Cmt. Geral da PMPE
jorgeluizdemoura@bol.com.br

Os anais da grande História da PMPE, registram o embarque do Corpo de Polícia de Pernambuco, para a Guerra do Paraguai.

Este evento foi publicado no Diario de Pernambuco, de 10 de agosto de 1965, na coluna Há um século, ANNO XLI nº 181, de 10 de agosto de 1865, Primeiro Caderno - Revista Diária, que como peça histórica, a transcrevemos:

"- Embarcou no vapor J. S. Romão hontém a ala esquerda do corpo de polícia desta provincia com destino a côrte, d´onde deverá seguir para os campos em que os filhos do Brasil sustentam a honra do torrão natal, accommettida pela insânia paraguaya. A importancia que se liga ao patriotismo dessa porção de irmãos nossos que partiram, vimo-la espelhada na manifestação publica que houve nas ruas do seu trajecto, cujas varandas achavam-se cheias de pessoas, que lhes davam o adeos da despedida. A frente desses bravos pernambucanos, desfilou também o Exmo. Sr. conselheiro presidente desta provínciae o Sr. Dr. Chefe de policia e sendo seguida de grande numero de pessoas de todas as classes, que os levaram até o embarque. Desejamos que prosperos ventos os conduzam a seu actual destino, e fazemos votos para que na guerra não desmereçam dos nossos maiores no valor e gentileza, que delles espera esta provincia de Pernambuco. A força que transportou o vapor acima compõe-se de 300 praças do corpo de policia desta provincia e de guardas nacionaes do Rio Grande do Norte".

Na época, de acordo com o Almanaque da Brigada Militar de Pernambuco (PMPE), de 1939, era Presidente da Província de Pernambuco, o Barão do Rio Formoso e Comandante do Corpo de Polícia, o Tenente-Coronel Alexandre de Barros e Albuquerque. O Corpo de Polícia fez parte do 51º Corpo de Voluntários da Pátria, sob o Comando do Tenente-Coronel Alexandre Augusto de Frias Vilar, e combateu em Tuiuti - Humaitá, Itororó, Avaí e Lomas Valentinas, sendo dissolvido pelo Decreto de 12 DEZ 1868. (General Paulo de Queiroz Duarte - Os Voluntários da Pátria naGuerra do Paraguai - O ex-Corpo de Polícia Militar de Pernambuco, vol. 3, Tomo, IV, Bibliex, 1990, p. 72).

Dos 300 praças do Corpo de Polícia, poucos voltaram ao Recife, em 1870. Entre esses poucos, feridos e mutilados que foram aproveitados no Corpo Provisório de Polícia (História da PMPE, Major PM Roberto Monteiro, pág. 50). Deu suas vidas à Pátria, deixando seus corpos em solo paraguaio e aqui, orvalhando-se em lágrimas suas viúvas e órfãos.

O inédito recorte do Diario de Pernambuco, foi ofertado pelo saudoso 1º Tenente PM Reformado Cygephone Lemos da Silva, em 17/07/1985, quando comandamos o 9º BPM - Batalhão Arruda Câmara, em Garanhuns, assim explicitando: "Como uma lembrança patriótica dos briosos militares da nossa PMPE que defenderam a Pátria nos campos paraguayos e voltaram cobertos de glória".

A referida mensagem é a síntese da participação heróica do então Corpo de Polícia, hoje PMPE, sentinela indormida da lei e da ordem, que tem como seu símbolo maior, o vetusto Quartel do Derby, onde altaneira, tremula a Bandeira Nacional, integrado pelos valorosos homens e mulheres que envergam o glorioso uniforme da PMPE, na defesa da sociedade pernambucana, honrando o passado glorioso de seus ancestrais.

terça-feira, 16 de dezembro de 2008

Debaixo da sola

Quando o Presidente George W. Bush foi eleito o "Homem mais poderoso do mundo", todos indagaram se ele seria uma cópia fiel de seu pai ou se trataria das questões atuais de seu país de maneira mais moderna, dentro da conjuntura internacional da atualidade. Oito anos se passaram, Bush envolveu-se (e envolveu seu país) em pesados conflitos que ainda hoje não tiveram fim, despertou polêmicas (como a não assinatura do Protocolo de Kyoto) e vai deixar o governo com impressionantes 63% de aprovação. Entretanto, sairá com a imagem desgastada e bastante utilizada como motivo de piada por parte da crítica jornalística mundial e será o principal alvo dos trotes praticados na rede mundial de computadores, a internet.

No dia de ontem, ao proferir um discurso sobre a retirada das tropas americanas do Iraque, marcadas para julho do próximo ano, decisão inclusive já anunciada pelo presidente eleito Barack Obama, um jornalista islâmico iraquiano atirou seu par de sapatos no futuro ex-presidente americano, como forma de protesto pelas atitudes do mesmo com relação ao povo do Oriente Médio. Chamado de "cão" e "demônio", Bush tentou livrar-se dessa saia justa com personalidade, mas pelo jeito já perdeu a moral há tempos.

No Oriente, especialmente nas leis do Islamismo, mostrar o solado de um sapato/sandália ou até mesmo atirá-lo contra a pessoa indica uma ofensa maior até mesmo do que proferir uma agressão física a um ente familiar. Visto como pior ato de humilhação, o feito do jornalista veio a demonstrar que Obama tem muito a ajustar se quiser ter quatro anos de governo tranquilos com relação ao Oriente e suas ligações com o Ocidente.

Reza a História que o Oriente já mostrou outras vezes aos americanos que sua presenção não era aceita com naturalidade: em 1979, o Aiatolá Ruhollah Khomeini promoveu a famosa Revolução Islâmica, pela qual repudiou tudo que era proveniente do Ocidente e, em especial, dos Estados Unidos. O resultado foi a criação de um DNA Anti-Ocidente em muitas correntes procedentes do Islã, especialmente em grupos como o Hammas e o Hezbollah.

De qualquer maneira, a figura desgastada de Bush mostra que, mesmo para o homem mais poderoso do mundo, a postura de estar no topo pode perfeitamente ser ignorada e há de lembrar-se que ali existe um ser humano comum, sem super-poderes, que pode perfeitamente ser tratado debaixo da sola de um sapato, literalmente.

domingo, 14 de dezembro de 2008

40 anos do AI-5

No dia de ontem, o Brasil lembrou com tristeza de uma das maiores armas de repressão usadas contra as pessoas desta nação durante a República: a promulgação, no ano de 1968, do Ato Institucional nº 5 pelo presidente Artur da Costa e Silva. Penoso, duro e inviolável, o projeto que virou lei entrou em vigor apenas por um motivo: a luta pela liberdade de expressão.

Ainda hoje famílias, amigos, conhecidos, alunos e mestres procuram por pessoas que, depois da adoção daquele Ato, sumiriam para sempre. Nem todos tiveram a sorte de voltar, de reconstruir suas histórias depois daqueles fatídicos anos em que o AI-5 foi maior do que a própria Constituição do país, mas para muitos o Ato foi considerado um bem maior para a nação: falamos dos militares e suas famílias.

Pernambuco viveu intensamente a ebulição política causada pelo AI-5. Militâncias, artistas, grupos revolucionários e estudantes eram a todo tempo perseguidos, presos e muitos foram dados como desaparecidos. Atualmente, grandes lideranças políticas do estado ainda lembram com dor aqueles anos difíceis e dizem que Pernambuco, por estar na efervescência do movimento político nacional, não deixava de ser vigiado pelas forças militares um minuto sequer.

Com a revogação do Ato em 1979 pelo então presidente Ernesto Geisel, houve uma esperança de abertura política e abrandamento do regime militar, o que aconteceu muito lentamente e com grandes limitações. A Ditadura Escancarada passara para o estágio de Ditadura Envergonhada, como diria o jornalista e pesquisador Élio Gaspari.

Passados 40 anos, muita coisa ainda há por ser descoberta e desvendada. Porém, as lembranças e as marcas de quem viveu na pele as dores de tão cruel instrumento de manutenção da ordem por parte do poder público não foram facilmente apagadas e somente serão quando as interrogações do período deixarem de existir.

sábado, 13 de dezembro de 2008

90 Anos do fim da I Guerra Mundial

Front de batalha da I Guerra - Batalha do Maine.

No último mês de novembro comemoramos os 90 anos do fim do primeiro conflito de grandes proporções da história da humanidade: a I Guerra Mundial. Foram 4 anos que deixaram marcas profundas e plantaram uma semente negativa que fez germinar uma árvore que, até os dias de hoje, ainda não foi podada nem derrubada - a árvore da ganância, inveja e destruição.

Movidos pelo sentimento imperialista, vários líderes de nações que despontavam desde o final do século XIX como potências mundiais em termos econômicos e de desenvolvimento acabaram por mostrar ao mundo quanto o poder e o sentimento de lucro eram importantes, mesmo que para atingirem o sucesso fosse necessário destruir por completo seu adversário. É engraçado porque automaticamente encontramos uma contradição no Liberalismo Econômico, pregado por Adam Smith desde o século XVIII, quando o mesmo defende a livre concorrência como maneira de termos um comércio diversificado e aberto em todas as proporções mas que, no entanto, gera discórdia, destruição e eliminação do seu concorrente, ou seja, vale tudo.

Foi com esse sentimento de vale tudo que as nações começaram a misturar questões étnicas (pangermanismo e paneslavismo), econômicas (capitalismo industrial) e sobretudo, políticas (imperialismo). Organizados em dois grandes blocos - Tríplice Entente e Tríplice Aliança - as nações européias envolveram-se e envolveram países num conflito arrasador, desnecessário e, em toda medida, deshumano. Mostraram ao mundo a capacidade de tecnologia que levava o ser humano a se tornar uma mente eterna sem limites criativos, mas que ao mesmo tempo ainda resolvera seus problemas de relacionamento de maneira primitiva. Seria cômico se não fosse trágico.

O saldo final de quase 8 milhões de mortos reflete que a humanidade começaria aquilo que eu chamo de Era dos Horrores. A I Grande Guerra foi apenas o início de um processo que se alastraria no decorrer do século XX com os Totalitarismos e culminaria, em 1939, na II Guerra Mundial, vista antes como um prolongamento do primeiro conflito. O Brasil não ficou alheio a este processo, uma vez que éramos prejudicados em nossas exportações de café, "o rei da economia" desde o Império e o saldo foi extremamente negativo para o país, que precisava tomar alguma atitude para elevar novamente o preço do produto no mercado internacional. Some-se a isso o fato de termos sido atacados pelos submarinos alemães nas costas da Europa, o que forçou o presidente Venceslau Brás a decretar a entrada do Brasil no conflito em 1917, 1 ano antes do fim. Entretanto a missão brasileira não contou com frentes de combate: apenas contribuímos com forças médicas para o auxílio aos soldados. Posteriormente, participaríamos da Conferência de Versalhes, onde os vencedores definiram os rumos do pós-guerra representados por Rui Barbosa.

Enfim, 90 anos depois, a humanidade ainda se lembra do conflito como uma maneira de enxergar o lado mais animal e destrutivo do ser humano e não como uma maneira de ver o fim das diferenças. O fim do conflito não quer dizer que outros não seriam/serão possíveis, mas evidencia que o homem ainda não está preparado para superar civilizadamente suas diferenças mais comuns.

sexta-feira, 5 de dezembro de 2008

Rapidinhas da História

Curiosidades sempre são bem-vindas, ainda mais quando nos despertam para novos olhares sobre coisas do cotidiano que realmente passam despercebidas. Hoje coloco algumas para vocês que achei de bastante valor:

Curiosidade 1: Creme de Maionese

O tão apreciado creme de maionese tem sua origem ligada à corte francesa do Cardeal Richelieu, ainda no século XVI. Em campanha contra a Inglaterra, numa das batalhas feitas na província de Mahonese, o banquete servido ao cardeal incluía uma mistura que, originalmente, levava ovos, leite e outros ingredientes, entretanto o leite havia acabado e o cozinheiro chefe colocou óleo na mistura, produzindo um creme pastoso e consistente, que foi salgado e servido. Estava pronta uma das maiores iguarias ao longo dos tempos. Porém o creme só se popularizou no início do século XX, quando um alemão decidiu servi-lo em sua quitanda.

Curiosidade 2: A primeira geladeira

As geladeiras são hoje um bem de consumo durável que acabaram se tornando altamente necessários nos lares mundo afora. Porém o surgimento deste tipo de eletrodoméstico está ligado ao processo de manutenção das carnes por mais tempo do que era empregado desde a Antiguidade até o século XIX. Chegando como uma inovação e sendo inventada no Norte da Europa, notadamente na Dinamarca, a geladeira demorou a se fazer presente nos lares, tendo aparecido pela primeira vez nas casas no Reino Unido, França e Estados Unidos apenas depois da primeira década do século XX. No Brasil, a primeira geladeira chegou em 1919 e foi usada em um frigorífico (na época ainda chamado de açougue).

domingo, 16 de novembro de 2008

Liberdade a quem já morreu??

Ontem me deparei, assistindo ao Jornal Nacional e lendo os jornais da web, com uma notícia que me deixou perplexo por dois motivos que explico mais abaixo dessa postagem: deram ao ex-presidente João Goulart, o popular Jango, a anistia política depois de 30 longos anos.

O decreto foi feito pelo presidente Lula no Congresso da OAB em Natal-RN no dia de ontem, 15 de novembro de 2008, feriado (?) em comemoração à Proclamação da República. Justificou nosso belíssimo presidente que essa era "uma representação da Democracia, da Liberdade e do reconhecimento aos grandes feitos desse estadista maravilhoso". Isso, na minha ótica, representa uma das maiores VERGONHAS de nossa história, tão marcada por episódios pífios e mascarados. Vou explicitar por quê.

Em primeiro lugar, o ex-presidente João Goulart ESTÁ MORTO DESDE 1977, ou seja, demoramos mais de 30 ANOS para dar a liberdade a alguém que foi ASSASSINADO pelos militares na Operação Condor quando de seu exílio no Uruguai. Jango realmente voltou ao Brasil antes do tempo, porém MORTO. De tanto lutar por vias legais por sua liberdade, nunca conseguiu o reconhecimento dos dirigentes do país, que o consideravam uma ameaça à ordem só porque o mesmo queria ver o Brasil um país com mais justiça social, economia planejada e menos corrupção. Lamentável.

O segundo ponto gira em torno da burocracia existente em nosso país. É inadimissível que um país como o Brasil, que deseja a cada dia uma emergência rumo aos grandes do mundo se posicione dessa maneira quando o assunto política é sério. É uma vergonha querer fazer justiça e limpar a sujeira da história marcada pelo descaso e pela falta de critério apenas 30 anos depois quando na época todos sabiam da verdade. A cada dia eu vejo a política brasileira caminhando para uma incerteza e uma falta de razão cada vez maiores, onde as idéias não são nada coerentes e acabam por tornar o país um poço de ambivalências, ou seja, de duplos significados. É aquela velha história: você morde, depois assopra.

De qualquer maneira, Jango, que descansa em paz, está anistiado e seu espírito pode descansar sob a sombra da justiça que um dia o condenou injustamente e como diz Elis Regina, o fez "partir num rabo de foguete" para voltar num paletó de madeira.

quinta-feira, 13 de novembro de 2008

Pra agradar a gregos e troianos

Quando falamos em heranças deixadas pela Grécia ao mundo ocidental, cada vez mais nos surpreendemos com as novas descobertas que surgem ao aprofundarmos nossos estudos sobre esse fascinante povo. A última descoberta é que os gregos foram, oficialmente, responsáveis pelas primeiras piadas da História.

Os temas eram mais ou menos parecidos com hoje em dia. Eram motivo de chacota os povos estrangeiros, a feiúra e a deformação do outro, as mulheres, enfim, tudo que pudesse ser tema de longas discursões. Abaixo, coloco exemplos de piadas comuns àquele tempo:

Ex.1
O marido vê a esposa morrer e no velório ouve um amigo perguntar: - Quem descansa em paz?
De pronto ele responde: - Eu, agora que ela morreu!

Ex.2
O sujeito chega ao cabeleleiro para um corte simples e o barbeiro pergunta: - Como quer o corte?
E o cliente: - Calado!

Vemos que, além de excelente artistas, a criatividade dos gregos era muito bem aplicada a outras áreas de conhecimento também.

segunda-feira, 10 de novembro de 2008

Preto: a cor do momento

Na última semana tivemos um dos acontecimentos de maior repercussão no mundo: a eleição do novo presidente dos Estados Unidos da América. Como as prévias já decretavam 2 meses antes, Barack Obama saiu vencedor e agora ocupará o posto de "Homem mais poderoso do mundo" durante quatro anos. Mas, por que houve tanto oba-oba na eleição americana de 2008? Vejamos senão alguns fatos bem interessantes que eu andei analisando nos últimos meses.

1 - A eleição de Obama representa a volta dos Democratas ao poder depois de longos 8 anos de Republicanismo de Guerra. Cansada dessa tática de "vencer pela força das armas", mais de 9 milhões de jovens deram um grito de liberdade em busca de um governo mais transparente e voltado para necessidades como emprego, qualidade de vida e melhores salários.

2 - Obama é comparado ao pastor negro assassinado em 1968 Martin Luther King, que tinha o sonho de ver os filhos crescerem numa América onde negros e brancos pudessem sentar juntos no mesmo banco, confraternizar o Dia de Ação de Graças e a Independência, além de estudarem na mesma escola sem o medo e a perseguição provocados por um racismo desumano, cruel e histórico pregado desde muitos anos pela sociedade comum e por sociedades secretas como a Ku Klux Klan. As esperanças de uma América livre dos preconceitos de cor, valorizando o negro, o preto, o mulato e o pardo são reais agora.

3 - A crise econômica que parte da moeda americana nas Bolsas de Valores de todo mundo, se comparada com 1929, também gera novas esperanças. No ano de 1929, o governo Hebert Hoover (Republicano e não-intervencionista da economia) perdeu as eleições para os Democratas de Franklin Delano Roosevelt e que seguiu os princípios econômicos da escola de John Maynard Keynes, economista renomado. Em 1933, o New Deal tirou o país da crise e, em 1939, os americanos já eram novamente a maior economia do planeta. As esperanças de que Obama tomará posições iguais a Roosevelt não são poucas e existe grande chance da história se repetir.

4 - A forma como Obama é visto pelos americanos e pessoas de todo o mundo. Jovem (na casa dos 42 anos), com vigor e vontade de mudar esse caráter autoritário e auto-suficiente dos Estados Unidos, Obama transmite aos americanos uma esperança da construção de um mundo com novos valores, transparente e sem guerras, o que é mais importante.

Por tantas e tantas tentativas, parece-me que o mundo caminha, a partir de 20 de janeiro, de um jeito diferente: especialmente com um olhar que vai além das janelas da Casa Branca.

sábado, 8 de novembro de 2008

Feijoada não é herança africana

Vejam como a História nos prega peças a cada dia. Pesquisas vão sendo feitas e antigas verdades, que foram sempre passadas de geração em geração vão deixando de ser unanimidades. A última que caiu diz respeito à feijoada e sua origem.

Durante muito tempo, pesquisadores como Luís da Câmara Cascudo atribuíram a origem da feijoada aos africanos que viveram no Brasil Colonial. Entretanto, essa verdade deixou no último mês de outubro de existir, pelo menos como se dizia. O mesmo pesquisador citado acima descobriu que, na verdade, a feijoada tem origem no tradicional cozido de carnes e verduras, vindo de Portugal ainda no século XVI.

O novo argumento se baseia na seguinte constituição da feijoada colonial: enquanto que, nos ingredientes do cozido existiam diversas verduras, legumes e carne, os escravos sentiram que aquele prato não tinha na verdade um sabor apurado, faltava alguma coisa. Como eram apreciadores das comidas à base de feijão, decidiram misturar os grãos no cozido, retirando o excesso de legumes e acrescentando restos de carne que não seriam aproveitados pelos seus senhores, como orelhas, pé e focinho de porco.

Visto que a feijoada é um prato altamente apreciado pelos brasileiros, acredito que saber mais sobre a primeira feijoada nos leva a ver que a invenção deste prato não se deu do nada, como sempre foi afirmado - o cozido foi o pai deste delicioso prato da culinária nacional.

domingo, 21 de setembro de 2008

Convite aos Mochileiros

Gostaria de convidar a todos, por intermédio deste blog, para o ciclo de palestras sobre o Recife que serão ministradas no Museu da Cidade do Recife (Forte das Cinco Pontas) no dia 01 de Outubro de 2008, onde estarei apresentando o tema "CONSTRUINDO E RECONSTRUINDO O RECIFE HOLANDÊS: OS BAIRROS DE SANTO ANTÔNIO E SÃO JOSÉ (1630 A 1648)".

Maiores informações e valores coloco mais próximo da data do evento.
Conto com a presença de todos.

sábado, 6 de setembro de 2008

Mais uma estrela se apaga...

Foi com muito pesar que soube hoje pela manhã da morte do ex-prefeito do Recife, o sr. Pelópidas Silveira.

Conheci Pelópidas e sua trajetória quando estagiei em 2001 realizando pesquisas sobre personalidades pernambucanas, nacionais e internacionais. Foi quando depois aprofundei os conhecimentos em cursos através do prof. Ernani, vulgo Mestrinho, da UNICAP e pessoas da época. Mas vamos falar um pouco aos mais novos e aos que não conheceram essa figura ímpar da política pernambucana e brasileira.

Pelópidas Silveira exerceu 3 mandatos de prefeito da cidade do Recife. E não foram simples mandatos: preocupado com as causas primeiras do povo, procurou resolver as questões sociais através do incetivo à formação de lideranças comunitárias e foi um grande incentivador do processo de urbanização do Recife, alargando a Conde da Boa Vista, implantando os ônibus elétricos e abrindo caminho pelo centro com a construção da Avenida Dantas Barreto (o que ao meu ver é o maior "genocídio" urbanístico dessa cidade). Perdeu seu mandato em 1964 quando da decretação do golpe militar e afastou-se de vez, desgostoso, da vida pública e política.

Numa semana em que a tristeza pela morte do Mestre Salustiano de Aliança (grande rabequeiro e ícone ímpar da condução do Cavalo Marinho pernambucano, cuja perda é insubstituível) já era marca na cara de muitos pernambucanos, a perda de Pelópidas vem constatar que mais um ciclo vai chegando ao seu fim. Ciclo esse onde, estando todos nós em plena preparação para o processo eleitoral do qual ele foi rei, vemos duas crises: de idéias e de ícones.

Ah como eram bons os tempos dos Pelópidas e dos Salustianos... saudades, saudades.

quarta-feira, 20 de agosto de 2008

É de tirar o chapéu

Atualizando o Mochila, depois de semanas sem coisas muito interessantes a postar, venho transcrever a matéria colocada hoje no site do PE360graus.com sobre uma curiosa exposição que está em mostra até dia 31 do corrente mês. Segue a matéria:

Exposição revela curiosidades sobre a história do chapéu

No Shopping Guararapes, a exposição Tirando o Chapéu revela as curiosidades sobre a história do acessório. Até o dia 31 de agosto, modelos do século passado e também os mais modernos podem ser conferidos pelo público.

Há modelos que são símbolos dos soldados, os homens que fazem a guerra, e há também o dos que pregam a paz. Entre os objetos da exposição, está a mitra usada pelo Papa João Paulo II na viagem ao Brasil em 1980.

Na década de vinte, o chapéu era um acessório indispensável para as mulheres: de cetim, de veludo... “Eu acho muito charmoso”, revela a auxiliar de marketing Fernanda Santos.
Os modelos em couro faziam a cabeça dos heróis do faroeste americano e dos vaqueiros nordestinos. O modelo conhecido como panamá, curiosamente, é fabricado no Equador.

A exposição esclarece uma curiosidade sobre o chapéu utilizado por Santos Dummont na famosa pose do aviador: por causa de um acidente, as abas do chapéu perderam a forma. Depois da foto, virou moda. Para saber o que aconteceu com o chapéu de Santos Dummont, só indo à exposição Tirando o Chapéu.

Vale à pena ou não uma esticadinha por lá? ;)

terça-feira, 29 de julho de 2008

Mais um bem histórico!

Na última sexta-feira tivemos um importante acontecimento se concretizando em nosso estado. O Palácio do Campo das Princesas, finalmente, desde que foi requerido seu processo de inventário histórico, foi tombado como patrimônio histórico. Para mim, que respiro e vivo da História, esse é um acontecimento digno de celebração e eis aqui a postagem justificando essa alegria imensa.

O Palácio do Campo das Princesas se encontra hoje no local onde o Conde Maurício de Nassau mandou erguer, no que era apenas um descampado da Ilha de Antônio Vaz, o Palácio de Friburgo, sede do seu governo. No mesmo local, foi construído o Erário Régio (sede administrativa), depois dademolição da edificação holandesa. Lá, em 1841, o governador Francisco do Rêgo Barros, futuro Conde da Boa Vista, mandou o engenheiro Moraes Âncora construir o Palácio Provincial que a República transformaria em Palácio do Governo do Estado.

Em 1859, o Palácio sofreu a sua primeira reforma, sendo transformado em Paço Imperial para hospedar o imperador Dom Pedro II e a imperatriz Dona Tereza Cristina. Ele foi preparado e ricamente decorado para receber o casal e suas filhas. Foi nessa época que o local recebeu o nome de Campo das Princesas, em homenagem às filhas do imperador, as princesas Isabel e Leopoldina.

A construção original do Palácio possuía apenas dois andares: térreo e primeiro. Em 1873, foi levantado um terceiro pavimento para servir de residência aos governadores, mas a arquitetura frontal e dimensional do prédio não sofreu alterações. O último governador pernambucano a residir no prédio foi Roberto Magalhães, na década de 80.

Nomes importantes como Leonardo Dantas e Rosa Bomfim trabalharam no processo de inventário, que foi solicitado pelo ex-governador Joaquim Francisco ainda em sua gestão no ano de 1991 e aprovado por unanimidade pelo CEC (Conselho Estadual de Cultura). Com o tombamento, a área que abarca a Praça da República e o Palácio da Justiça também estão tombados, uma vez que o tombamento do Teatro Santa Isabel já havia sido feito pelo poder federal.

Agora só nos resta valorizar esse belo legado deixado pela História à Pernambuco.

Créditos dos textos: Diário de Pernambuco de 25/07/08 e minha amiga Marcela Tenório, que contribuiu com a matéria para meu acervo particular.

segunda-feira, 28 de julho de 2008

Cabra macho, sim sinhô!!

Hoje a postagem não se refere a uma figura qualquer. Importante elemento do imaginário popular do sertão e figura indispensável na referência ao Nordeste, Virgulino Ferreira da Silva deixava, há 70 anos, o mundo dos mortais para dançar o xaxado na outra vida. Hoje falaremos brevemente sobre Lampião, o Rei do Cangaço.

Iniciado muito cedo no Banditismo Social (Cangaço), Lampião divide opiniões diversas de estudiosos e leigos ainda hoje em dia, 70 anos depois de sua morte por uma emboscada organizada pelas volantes governamentais em Angicos, Sergipe, 1938. Herói ou Bandido? Eis sempre a pergunta que permeia a personalidade desse homem simples, nascido em Serra Talhada e filho de humildes camponeses vítimas de um sistema que ainda impera no interior do Brasil nos dias de hoje: o Coronelismo.

Fazendo parte do bando do Sinhô Pereira, Lampião foi adquirindo tempo e vivência necessários para conseguir a confiança do grupo e depois, quando da aposentadoria do chefe, assumir o posto maior de comandante do Cangaço. Não que apenas existesse o grupo dele, o Cangaço produziu personagens sociais pelo sertão nordestino espalhados em vários estados, porém com uma só idéia: fugir da seca, fome e opressão dos poderosos.

A imagem que Lampião produziu no Nordeste sempre é lembrada pela bravura, desafio, superação e sentimento para viver em condições totalmente adversas ao que um ser humano merece e precisa. Casado com filha de coronel, sua união com Maria Bonita rendeu frutos capazes de perpetuarem a família Ferreira que, ainda hoje, relembram com saudosismo as estórias mirabolantes que circulam pelo imaginário e cancioneiro popular nordestinos, além da tão de praxe literatura de cordel.

Sem dúvida Lampião foi um ícone. Homem, herói, bandido, devoto de "Padim Ciço" e amante, o Brasil teve um dos maiores elementos capazes de mostrar que a História não é apenas formada pelos poderosos: sempre existe uma raiz popular marcante dentro de um universo sem limites para determinar uma cultura, um povo, uma tradição.

E viva Lampião, cabra macho sim sinhô!!


terça-feira, 22 de julho de 2008

Educar é uma arte!

O título da postagem, por mais belo e filosófico que possa parecer, nem sempre representou uma realidade. A História nos mostra exemplos curiosos de maneiras de educar na Antigüidade e é justamente sobre um desses tipos de educação que vamos falar hoje.

A Mesopotâmia, de tantas recordações como as operações matemáticas, a criação do arco na arquitetura, o estabelecimento do primeiro código de leis do mundo, também teve um sistema educacional bastante controverso para o que se tem hoje em dia como conceito de "educação ideal". A escola dos tempos mesopotâmicos recebia o nome de Eduba e era uma escola aparentemente normal com bancadas para o estudo, alunos e professores. Os métodos usados e as disciplinas eram a diferença.

Enquanto estudantes, meninos e meninas se misturavam numa sala de aula onde aprendiam, principalmente, conhecimentos sobre poesia e escrita, matématica, história e geografia do local onde viviam. Havia uma grande preocupação em manter vivas as tradições e por isso a figura do rei e, é claro, a religião eram elementos imprescindíveis. Sobre o professorado, era um corpo seletivo, geralmente escolhido entre os sacerdotes ou classes mais abastadas, que tinham domínio do cuneiforme (forma de escrita) e conhecimento suficiente da história de seu povo.

Entretanto nem só de flores vivia a educação no passado. Havia, como hoje em dia, uma grande quantidade de alunos indisciplinados, que por vezes desafiavam a autoridade dos professores e brincavam em suas aulas, o que era totalmente repudiado pelas regras da época. A punição, além de uma humilhação perante toda a classe, era a marcação por castigos físicos provocados por espécies primitivas de palmatórias ou varas verdes e eram aplicadas diretamente pelos professores. Os pais dos alunos, por terem igualmente dado uma educação doméstica deficitária aos mesmos, também eram punidos.

O tempo passou, a educação se modificou e aqueles que também a compõem da mesma forma. Porém percebe-se que mesmo com a "evolução" da educação, algumas arguras do tempo ainda permanecem: a indisciplina é uma delas. A História, nesse caso, que deveria cumprir sua função de "professora do tempo", tirou nota abaixo da média nesse quesito.

Em tempo, aviso a meus alunos que não procederei de acordo com o passado ok? :)

domingo, 20 de julho de 2008

É coincidência demais!!

As coincidências atingem as vidas das pessoas de maneiras diferentes. Uns acham que elas não existem; outros acham que o destino se encarrega de manifestá-las. A História foi testemunha de algumas coincidências não muito comuns, eis que cito uma das mais variadas aqui:

Durante o século XIX, o rei da Itália, Umberto I, conheceu um dono de restaurante que tinha o mesmo nome que o seu. Tudo bem até aí, conhecidências nominais são normais, entretanto as paridades entre os dois iam mais além: a fisionomia dos dois era parecida, ambos nasceram no mesmo dia (14 de março de 1844), na mesma cidade (Turim) e suas mulheres tinham o mesmo nome (Margherita). Como se não bastasse a gama de coincidências, o rei foi coroado no mesmo dia que seu xará inaugurou o restaurante e ambos morreram no mesmo ano, 1900.

Vai ter coincidências assim lá na Itália...

sábado, 19 de julho de 2008

Vai uma pitada aí??

É comum, sempre que estamos analisando uma escavação, encontrarmos elementos do uso cotidiano dos habitantes que viveram numa determinada época, em especial, durante os séculos XVI e XVII aqui no Brasil. Faço essa postagem hoje me lembrando de uma visita que minha prima de Brasília me fez quando veio conhecer nosso patrimônio histórico material.

Entre diversos vestígios das presenças lusa e flamenga (também conhecidos por holandeses), o que mais chamou a atenção de Rejane foi a presença de pequenos cachimbos totalmente ornamentados e feitos de barro branco. Ela encantou-se com a maneira como uma coisa há tanto tempo e feita para ser utilizada com um elemento nocivo à saúde foi capaz de resistir ao tempo e contribuir na formação da memória de um período destacado não somente na história desse estado, como também desse país.

Sobre estes objetos em questão, a História mostra que no século XVII, os holandeses eram os maiores fabricantes de cachimbos de barro branco, especialmente na cidade de Gouda, hoje famosa pelo queijo. Nesta cidade os fabricantes eram tão numerosos que formaram uma corporação. Os cachimbos holandeses foram exportados para o mundo inteiro e chegaram até o Brasil: em Recife, estes cachimbos estão sendo encontrados no curso das investigações arqueológicas sobre a dominação holandesa.

Mas voltando para Rejane, eu, sorrindo, expliquei a ela que fumar (ou pitar, como diz o povo do interior) não era a única função existente naquela íntima peça: o fato dela estar quebrada em pedacinhos não era mero acaso das arguras do tempo ou do "descaso" ao enterrarem essas peças tão bem ornadas. Quebrar um cachimbo na época era uma representação de que aquele objeto era de uso coletivo e não particular como temos atualmente. Isso a intrigou. Expliquei que, apesar da tradição atual inglesa em demonstrar que o cachimbo é não somente um símbolo que indica status, mas também uma certa individualidade, ao mesmo passo ele representava, no Período Holandês, a representação de famílias, que tinham a figura de seu patriarca cravadas no local onde coloca-se o fumo.

Achando tudo interessante e ao mesmo tempo meio nojento, Rejane achou que os holandeses, por mais criativos que fossem, também eram meio malucos. Cada cabeça com sua interpretação sobre a História...

quarta-feira, 16 de julho de 2008

A importância dos cemitérios

Hoje é feriado de Nossa Senhora do Carmo, padroeira do Recife e, portanto, feriado na cidade. Enquanto os mais fiéis vão à Basílica assistir às celebrações, é sobre hábitos costumeiramente católicos que a postagem de hoje se refere.

É comum observarmos em igrejas históricas que os padres, bispos e cônegos eram, assim como as freiras e pessoas de importância destaca na sociedade de seus tempos, enterrados no chão das igrejas ou em catacumbas subterrâneas e nas paredes. Essa prática remonta aos primórdios do Cristianismo, na Roma Antiga, quando estes eram perseguidos e deviam esconder-se para realizar seu ritual estando em vida, como também depois de mortos.

Após a liberação do culto, oficializada com o não menos famoso Edito de Caracala e, posteriormente, com o Edito de Milão do imperador Constantino, o Catolicismo voltou à superfície, dessa vez de forma a espalhar seus valores e instruir uma sociedade dentro da educação de ordens religiosas.

No Brasil, essa prática de sepultamento é bastante comum e guarda exemplos importantes, como os corpos de Frei Caneca, D. Hélder Câmara, o ex-Regente do Império e Frei Diogo Feijó e o Frei Galvão, primeiro santo brasileiro, que estão enterrados nas igrejas do Livramento, Basílica do Carmo, Catedral da Sé (SP) e mosteiro da Luz (SP), respectivamente. Somente a partir do século XIX essa realidade passa a ser diferente, com a introdução da ciência biológica com mais força em nosso país, o que dá uma conotação diferente da noção de saúde pública.

Vem daí a importância da criação dos primeiros cemitérios como forma de evitar que as doenças profileradas pelos restos mortais das pessoas se espalhassem nas igrejas da mesma maneira que o brando cheiro de carne crua e em putrefração se fazia presente. É importante perceber que essa prática foi introduzida, no Recife, também antes mesmo deste século: o exemplo maior se encontra no bairro dos Coelhos, que antes era um cemitério de escravos e no famoso cemitério dos ingleses, na Av. Cruz Cabugá, onde estão enterradas pessoas ilustres daquela nação e apenas um brasileiro: o general Abreu e Lima, revolucionário de 1824 e Libertador da América ao lado de Simón Bolivar e San Martin.

quinta-feira, 10 de julho de 2008

Primeiro Banho

O Rei Luís XIII de Bourbon, rei da França durante o século XVI e famoso por ser pai de uma das mais importantes figuras existentes até hoje nas Monarquias Nacionais Européias, seu filho Luís XIV - o Rei Sol, só tomou seu primeiro banho aos 7 anos de idade.

Motivo: na época acreditava-se que o banho pudesse amolecer o futuro rei e diminuir suas funções vitais.

Nota-se aí uma clara sobrevivência de saberes populares medievais em um tempo que era considerado "Moderno".

domingo, 6 de julho de 2008

Sensualidade Bíblica

Por mais tradicional que seja, atravessando séculos e marcando sua importância nas sociedades oriental e, especialmente, ocidental, a Bíblia mostra a cada dia surpresas que nos deixam cada vez mais interessados por analisar este livro tão particular das culturas humanas mais remotas. Como o título da postagem sugere, atualmente a discussão gira em torno de que o livro dos Cânticos fora produzidos por mulheres, em especial depois da fuga do Cativeiro da Babilônia (quando os hebreus foram libertados com a ajuda do rei Ciro, o Grande da Pérsia).

O livro traz uma série de poemas falados por mulheres que remontam pensamentos voltados à sensualidade, amor, procriação e união conjugal. Essa visão, segundo importantes rabinos e teólogos atuais mostra que se fez muito necessária, uma vez que houve um sentimento de repulsa muito grande pelas mulheres entre os hebreus após a fuga do Cativeiro da Babilônia, por questões de impureza feminina, especialmente.

Rabi Akvá, um importante rabino, mostra que existem também outras hipóteses em torno do fato, como por exemplo, que o livro teria descrito vários amores pelos quais o rei Salomão (950 a.C.) teria passado antes de morrer; ou até mesmo o caso existente entre seu pai, o rei Davi e Betsabéia, uma mulher casada que deu a luz ao futuro rei num envolvimento com Davi. Entretanto as visões são muitas e, conseqüentemente, as explicações também.

O livro tem a intenção, especificamente segundo os estudiosos do mesmo, é de mostrar que uma sociedade como a hebraica pautou perfeitamente as diferenças entre a fraternidade e o amor como elementos necessários a uma união estável, sem hipocrisias. Uma sociedade machista, vista sempre como patriarcal, agora teria dons matriarcais importantes, visto que se a missão da Igreja sempre foi perpetuar o amor, eis a forma mais pura e primitiva de vê-lo segundo escritura sagrada.

Para quem quiser dar uma olhada na matéria, veiculada na área de Ciência e Fé do portal G1 da Globo.com, segue o link: http://g1.globo.com/Noticias/0,,MUL637343-9982,00-BIBLIA+CONTEM+ANTIGO+POEMA+EROTICO+JUDAICO+CUJA+ORIGEM+DESAFIA+ESPECIALISTA.html

sábado, 5 de julho de 2008

Hitler Decaptado

Matéria que foi escrita hoje pelo JC OnLine e que eu achei bem interessante, coloco aqui na íntegra para compartilhar com vocês.

Alemanha
Estátua de Hitler tem cabeça arrancada em museu de Berlim
Publicado em 05.07.2008, às 12h45

A estátua de cera de Adolf Hitler do museu Madame Tussauds, que abriu suas portas neste sábado em Berlim, foi decaptada por um visitante.

"Um berlinense de 41 anos empurrou a pessoa que queria impedi-lo de tocar a estátua e conseguiu arrancar a cabeça de Hitler", contou o porta-voz do museu, Uwe Kozelnik.

"Ele queria protestar contra a exposição da estátua de Hitler", acrescentou, destacado que o homem foi detido para ser interrogado e que provavelmente será liberado mais tarde". O museu abriu um processo contra ele por "degradação de material e ferimentos corporais".

"A estátua foi retirada da exposição e deve ser reconstruída", segundo Kozelnik, acrescentando que a atitude do visitante causou muita agitação no local.

Exibida atrás de uma mesa, para impedir que os visitantes tirassem fotos ao seu lado ou a danificassem, a estátua já vinha suscitando muita polêmica e indignação entre algumas autoridades políticas.

Para não dar a impressão de que glorificaria o ditador, os criadores do museu representaram o líder nazista como um "homem acabado", em uma reconstituição do bunker onde passou seus últimos dias e se matou no dia 30 de abril de 1945.

Com ar derrotado, o "Führer" do museu berlinense tinha um aspecto degradado em comparação a sua cópia mais jovial apresentada no museu Madame Tussauds de Londres.

A estátua do ditador estava entre cerca de 70 outras figuras de cera de personagens importantes da história alemã e mundial, entre elas a do ex-chanceler Helmut Kohl.

Kohl, ex-dirigente conservador, de 78 anos, gerou outro escândalo na abertura do museu, declarando ao jornal Bild "nunca ter dado sua autorização" para que sua imagem fosse exposta no museu de cera.

Helmut Kohl, que está em estado de convalescença há meses, depois de uma queda, em fevereiro, disse que entrou em contato com os responsáveis do museu, mas que havia imposto algumas condições para ser exibido no museu em estátua de cera.

"Isso não é nada sério, é inconveniente. Vou mandar o caso para meu advogado", afirmou o artífice da Reunificação da Alemanha em 1990.

Segundo o Bild, Helmut Kohl pode entrar na justiça para pedir a retirada da estátua ou pedir indenizações por perdas e danos.

Fonte: Diário do Grande ABC

quarta-feira, 2 de julho de 2008

Mendigo no Carnaval

Um fato curioso marcou o carnaval, em sua semana pré, durante o ano de 1968 no Recife. Enquanto que todos se preocupavam com os preparativos para um dos melhores Bal-Masqué da cidade e um Municipal bastante movimentado por artistas conhecidos do eixo Sul/Sudeste, os mendigos do centro da cidade também queriam seu baile especial, e mais: com direito a homenageado e tudo mais.

Estava tudo pronto, mendigos de todos os cantos do Recife foram convidados e até mesmo o patrocinador do encontro estava lá, foi quando chegou o homenageado. Para todos os efeitos, tudo ia bem, até que o patrocinador apareceu com a ex-companheira do homenageado, que achou que aquela cena tinha sido uma afronta: resultado, começou um quebra-quebra generalizado que só foi resolvido com a chegada da polícia.

Moral do fato: seja num baile Municipal ou num Mendigal, sempre existe um destaque positivo ou negativo. O acontecimento acima descrito de fato aconteceu e está estampado no segundo caderno do Diário de Pernambuco de 21 de fevereiro de 1968.

quarta-feira, 25 de junho de 2008

Uma grande perda

Na noite de ontem me deparei com uma notícia que me deixou deverasmente triste: a morte da ex-primeira dama do Brasil, Dona Ruth Cardoso, esposa do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (FHC). Acima de todas as especulações, máculas e falsos testemunhos, ela foi um exemplo de mulher, a começar de suas convicções enquanto mulher mais poderosa do país durante 8 anos.

De movimentada vida acadêmica, Dona Ruth era Doutora em Antropologia e lecionou em diversas universidades fora e pelo Brasil. De lado humano extraordinário, dedicou-se muito aos necessitados criando e participando ativamente do Programa Comunidade Solidária. Pouco exposta à mídia voraz de nosso país, gostou sempre de passar despercebida e ser apenas conhecida como "a esposa do Fernando Henrique" e nunca como a Primeira Dama do Brasil.

Seu falecimento, aos 77 anos vítima de um ataque cardíaco, vem a encerrar o ciclo na Terra de uma Democrata que lutou pelo que sempre achou justo e válido, sem se preocupar com a opinião alheia ou se estaria, no conceito midiático, fazendo a coisa certa. A exemplo de mulheres fortes no governo deste país como a também ex-primeira dama Sara Kubitschek, foi um exemplo de pulso entre homens que se acham donos de uma nação. Suas memórias talvez não sejam exaltadas com toda justiça, mas certamente permanecerão íntegras por todos que lutam pelas mesmas causas, como por exemplo, o fim das cotas de negros nas universidades, um de seus pontos de combate.

As últimas notícias que lhe faziam referência são, como sempre, especulações maliciosas daqueles representantes da mídia que não se conformam em não ver uma pessoa vir a público e criar polêmicas que façam-na virar notícia. Durante 8 anos, Dona Ruth Cardoso passou íntegra pelos quadros de Brasília e deixou mais do que um exemplo de mulher: ensinou os lobos a serem um pouco mais humanos.

O luto oficial de 3 dias é justo e merecido. O Brasil, aos poucos, perde gênios e produz idiotas como o atual presidente. É de fato, uma pena e a marca do nosso atraso.

segunda-feira, 23 de junho de 2008

A Outra




Estive no dia de ontem acompanhando, com muita ansiedade, o primeiro fim de semana de estréia do filme "A Outra" (2008), que mostra como aconteceu a chegada da família Bolena aos altos cargos da corte inglesa durante o século XVI e notei algumas coisas bem interessantes no filme, cujo vou recomendando que seja assistido por vocês desde já, pois é uma excelente obra do cinema hollywoodiano.

A imagem central do filme gira em torno da figura de Ana Bolena e sua irmã Maria, duas jovens de família burguesa que espera conseguir privilégios ao casar as meninas com nobres, ascendendo socialmente e economicamente. Contribui para o fato o problema sofrido pelo casal Tudor, Henrique VIII e Catarina, cuja rainha não consegue lhe dar um filho varão, o que permitiria a continuação da dinastia no poder da Inglaterra.

Por meio de uma colcha de intrigas e armações, Ana Bolena, depois de exilada, consegue trair os seus mais queridos, confundir a cabeça de Henrique VIII e fazê-lo proclamar a famosa religião Anglicana, rachando um país que tinha estabilidade política e financeira, tornando-se rainha a partir do momento que Henrique VIII anula seu casamento com Catarina de Médici na esperança de ter em Ana o que não pôde com a antiga rainha: um varão.

Entretanto, como é vítima da sua própria rede de intrigas, Ana Bolena fracassa em suas pretensões e não consegue fazer aquilo que fora prometido ao rei. Acaba, desesperada, por procurar ajuda junto aos irmãos, mas é acusada de traição por sua cunhada, uma vez que pensou ter visto Ana deitar-se com seu irmão em busca do filho homem para Henrique VIII. Julgada e acusada, Ana acaba executada e a Inglaterra mergulhada num tempo de incertezas e dor que levará a futura rainha Elizabeth I a ter muito trabalho para pacificar o reino.

Ironia ou não do destino, Elizabeth I é filha do casamento entre Henrique VIII e Catarina de Médici, a legítima rainha deposta injustamente pelos caprichos de Ana Bolena. O reinado de Elizabeth I coincide com o último herdeiro dos Tudor, um vez que depois será a ver da família Stuart da Escócia assumir o trono, pois Elizabeth I, conhecida como a Rainha Virgem não dará à Inglaterra filhos.

Enfim, entre um misto de paixão, drama e aventura, o propósito do filme se cumpriu. É um excelente elemento para entender uma época de amor, ressentimento e ódio que marcou para sempre a história da Inglaterra.

Queimando a fogueira

O São João chegou e, como não poderia deixar de ser, teve gente me pedindo uma postagem de feriado falando um pouco sobre a festa. Vamos ver senão primeiro que, por estarmos no Nordeste, a tradição é forte e aqui, mais do que em qualquer canto do país, a festa ganha contornos especiais, chegando a durar mais de um mês. Essa comemoração toda concentrada aqui no Nordeste, entretanto, não é por acaso.

As origens desses festejos remetem a datas mais antigas, possivelmente durante a Idade Antiga ainda, quando os habitantes do Hemisfério Norte se concentravam em torno de fogueiras para comemorar a chegada do solstício de inverno. Outra versão fala de práticas pagãs dos tempos medievais, onde as pessoas acendiam fogueiras para homenagear os deuses pela fartura da colheita, o que depois foi transformado pela Igreja Católica num culto em homenagem aos santos já conhecidos destas festividades: João, Antônio e Pedro.

Aqui na América, a festa começa a ser celebrada com a chegada dos colonizadores, sobretudo portugueses, que associam a prática com a época da colheita do milho das civilizações nativas. Eis aí também o porquê de termos esta variedade enorme de pratos típicos de milho na culinária junina.

Como não poderia deixar de ser, espero que todos tenham um bom São João e São Pedro.

sexta-feira, 20 de junho de 2008

Guerra Civil Espanhola - 69 anos depois

O Governo Espanhol, em nome do primeiro-ministro José Luiz Rodriguez Zapatero, decidiu trazer à tona fotos que foram tiradas durante a famigerada Guerra Civil Espanhola (1936-39) e que matou mais de 1 milhão de pessoas numa disputa pelo poder onde os nacionalistas de Francisco Franco venceram aos republicanos.

A intenção de liberar as fotos (em torno de 3.051) é para que parentes desaparecidos sejam buscados por seus familiares e resgatem um pouco da história do país, que ficou arquivada até 1975, ano em que Franco faleceu, pondo fim ao regime fascista no país e restaurando a Monarquia Parlamentarista.

Se é tarde ou não para resgatar a memória, as imagens ajudarão, ao menos, o público mais jovem a entender, na prática, um dos maiores horrores da história de seu país e, com certeza, da humanidade.

Segue link para a matéria e para algumas das fotos: http://www.bbc.co.uk/portuguese/reporterbbc/story/2008/06/080619_espanhaanelise.shtml

OBS: Aos que desejarem entender mais sobre o conflito, fica a dica de um excelente filme, de produção espanhola, que retrata muito bem o que foi esse acontecimento histórico - Las 13 Rosas.

Ditadura de volta??

Lendo as notícias hoje dos principais jornais de Pernambuco, me deparei com uma matéria interessante veiculada no site www.pernambuco.com/ultimas que traz um assunto polêmico novamente à tona: a possibilidade da volta da censura no Brasil, pelo menos no tocante à imprensa.

Não é novidade que durante a Ditadura Militar (anos 60, 70 e 80) a perseguição, proibição e controle rigoroso sobre a impresa foi uma marca importante do regime, que estabeleceu as regras constitucionalmente (1967) e, em toda medida, conseguiu manter com isso uma certa ordem onde tudo que fosse expresso deveria estar em concordata com o que o Governo pensava. Hoje, 23 anos após o fim do regime, o PDT deseja retomar esse princípio da censura graças à invasividade que a imprensa tem feito nos últimos tempos.

Quem vive do mundo das notícias sabe perfeitamente que, quanto mais inéditas, as notícias têm maior a proporção de ganharem destaque rapidamente, especialmente da maneira como atingirem os seus personagens principais (vide caso Isabella Nardoni). A impresa hoje em dia passa por cima de critérios éticos para buscar o "furo de reportagem", o inédito, e nessa busca acaba por atropelar os trâmites legais de princípios defendidos pela Constituição Democrática de 1988 como a individualidade e a inviolabilidade.

Pois bem, a proposta do PDT é que os jornalistas sejam regidos atualmente pelo Código Penal, como qualquer outro cidadão, o que não existe desde a aprovação da Constituição de 1988 e da Lei de Imprensa que fora modificada com relação à 1967 (Lei nº 5.250). Caso o Supremo Tribunal Federal (STF) aprove a requisição do PDT, os jornalistas terão que se submeter novamente aos critérios adotados durante o regime militar, tendo sua atuação controlada pelo Estado. Esse episódio nos faz lembrar de importantes elementos da imprensa que lutaram ativamente contra a censura e, de certa forma, acabaram se transformando em heróis, como é o caso de Vladimir Herzog e Édson Régis, em Pernambuco.

Concordo que a imprensa ultrapassa limites quase em 90% das situações onde está envolvida, mas daí a reativar a censura seria uma medida extrema em uma sociedade marcada pelas diferenças e pela liberdade de expressão. Voltar no tempo pode ser algo positivo desde que se aprenda com os erros e busquem-se soluções brandas e eficazes para o presente, entretanto não se faz necessário aplicar o Estado como elemento punitivo aos seus elementos. Sendo assim, seria melhor voltarmos ao antigo sistema de governo espartano ou até mesmo absolutista do século XVI, onde o Estado era mais importante do que até mesmo seus elementos constitutivos: os cidadãos.

Para quem desejar ler sobre a matéria acima descrita, segue o link: http://www.pernambuco.com/ultimas/nota.asp?materia=2008620090037&assunto=27&onde=1

domingo, 1 de junho de 2008

Napoleão Bonaparte em Pernambuco


Pouca gente sabe que o famoso general corso e mito da História Francesa, Napoleão Bonaparte, tinha planos para desembarcar em Pernambuco, vindo do exílio da Ilha de Snata Helena, que fica no Oceano Atlântico, próxima à costa da África. O plano só não se realizou por conta do fim da famosa Revolução dos Padres ou Pernambucana de 1817, cujos revolucionários tinham ambições republicanas fortes e desejavam contar com a figura do imperador para tal.


Quem nos conta essa história é Ferreira da Costa, historiador, em um artigo entitulado "Napoleão I no Brasil - tentativa de evasão do prisioneiro de Santa Helena concertado no entre emigrados franceses nos Estados Unidos e agentes da revolução pernambucana de 1817". Apesar de não ter sido colocado em prática, o plano era, no mínimo, ousado. Publicado em 1886, o artigo mostra que o então revolucionário Antônio Gonçalves da Cruz, conhecido pela alcunha de Cabugá, foi aos Estados Unidos conseguir recursos e armamentos para os revolucionários e teria em Washington se encontrado com um dos exilados da Batalha de Waterloo (Bélgica, 1815), a qual decretou a derrota do imperador e seu posterior exílio na Ilha de Santa Helena. A idéia era libertar Napoleão e levá-lo junto a uma grande leva de imigrantes a Pernambuco, fazendo com que o mesmo ajudasse na revolução e posteriormente retornasse à França.


Entretanto, o plano fora descoberto por oficiais ingleses e franceses, que imediatamente alertaram as autoridades de seus países em busca de evitar tal acontecimento. Até mesmo o irmão mais velho do Imperador, José Bonaparte, que governara a Espanha na época em que Napoleão impôs o famoso Bloqueio Continental à Europa, participaria da fuga. O artigo nos diz as seguintes palavras: "Assegura-se que José Bonaparte ocupa-se desde alguns meses com o projeto de raptar seu irmão da Ilha de Santa Helena, tendo um coronel, Latapie, já partido para Pernambuco com 32 homens [...]."


O governo de Pernambuco, sabendo da presença de Latapie, mandou que ele e seus homens fossem enviados ao Rio de Janeiro para serem deportados do país. Acabava então o plano ousado de resgatar o Imperador, que anos mais tarde (1821) viria a morrer na própria Ilha, de hemorragia causada por uma inflamação no esôfago. Os restos mortais do mesmo deixaram a Ilha em 1840 e foram levados ao Panteão dos heróis franceses, onde acredita-se que estejam até hoje em dia.

quarta-feira, 14 de maio de 2008

Presidente-Faraó




Estive, no último mês de abril, na capital federal (Brasília) e, além de resolver algumas pendências, conheci minha família e curiosidades sobre a bela cidade imaginada e projetada pelos tão famosos arquitetos/urbanistas Lúcio Costa e Oscar Niemeyer. Conheci vários pontos históricos, como a Catedral de Brasília, o Congresso Nacional, a Casa da Dinda, a Granja do Torto, Palácios do Itamaraty, Planalto e Alvorada, entre outros; porém, o que me chamou mesmo a atenção, foi o Memorial Juscelino Kubitschek.

Visitar aquele edifício nos remete a observações interessantes: 1 - o formato do edifício é piramidal, assim como vários outros edifícios presentes na Esplanada dos Ministérios; 2 - JK acreditava, piamente, ser a reencarnação de um famoso faraó (esta foi que me chamou a atenção de verdade).

Quando soube da convicção do Presidente Bossa Nova, jurei não acreditar. Depois que adentrei o Memorial JK, percebi o que ele pensou durante toda sua vida: além de seus pertences pessoais, desde sua época de estudante no interior de Minas Gerais até mesmo seus objetos mais particulares dos tempos de exílio nos Estados Unidos durante os anos 60 e 70, pude observar que JK, até mesmo na hora da morte, pensou em um faraó - fora colocado em um mausoléu que lembra um sarcófago, feito todo de mármore e com os dizeres: O Criador.

Ao avistar a parte superior do Memorial, onde se encontra o sarcófago, é impossível não notar demasiada semelhança, até porque a ante-sala que abriga o mesmo está disposta em formato piramidal. Logo em seguida, à direita e à esquerda, encontram-se os trajes mais pessoais de Sara Kubitschek, sua primeira-dama e do mesmo, respectivamente. Mais a frente, medalhas e objetos pessoais como livros, a Constituição e a faixa presidencial com a qual tomou posse.

Sem dúvida foi uma bela surpresa poder viajar no tempo fora e dentro daquele memorial. Eu que antes já enxergava JK como um dos presidentes mais notáveis desse país, pude observar que o mesmo era um homem de extrema elegância, conhecimento e humildade. Sem dúvida um exemplo ante essa corja que hoje manda e desmanda no país.

Abaixo, a imagem que fiz do celular do símbolo do Memorial JK iluminado pelo Sol ao entardecer (na visão egípcia antiga, seria o deus Rá abençoando o mausoléu eterno do faraó).

Algumas curiosidades úteis

Estavam me cobrando (e com razão) atualizar o Mochila. Confesso que os últimos dois meses foram (e estão sendo) de extrema correria, mas na medida do possível vamos suprindo os pedidos.

Hoje trouxe até vocês uma postagem que retrata algumas curiosidades, vejamos senão quais são:

- O café-da-manhã não era um hábito diário há pelo menos 500 anos. O costume mais comum era almoçar às 8 e, por volta das 13hs, ingerir o jantar. Este costume estendeu-se até meados do séc. XIX, quando o café tornou-se mais popular e trouxe consigo os acompanhamentos que temos hoje em dia;

- A Igreja Católica, instituição milenar e com respaldo em grande parte do Mundo Ocidental, em suas páginas negras na História já condenou à morte milhares de inocentes, julgando pessoas por crimes que supostamente (em sua maioria) não lhes foram de autoria. Nesse contexto, o mais interessante é que até um Papa já morto voltou de sua cova para ser julgado de heresia e blasfêmia. Pois é, acredite! E por incrível que pareça, a pena do cadáver foi a morte;

- Era comum, durante a Idade Média, muitos transeuntes circularem, por volta do século XII/XIII pelas cidades medievais, então ainda em processo de consolidação, em cima de pernas-de-pau. Essa explicação pode ser dada pela presença dos dejetos jogados nas ruas pelas pessoas, que como não contavam com uma rede de saneamento básico na época, preferiam deixar ao ar livre aquilo que seu corpo não permitia que ficasse mais no organismo;

- Durante a Primeira Grande Guerra Mundial, os soldados russos, para enfrentarem as durezas do inverno e a falta de comida durante o conflito, alimentavam-se do que estava ao redor: desde ratos até mesmo carne humana dos companheiros mortos em batalha, que complementavam a alimentação pobre feita à base de sopa de repolho e batata;

- Um professor-pesquisador da Universidade de Tel Aviv, Israel, defende a idéia de que Moisés, o mesmo profeta que abriu o Mar Vermelho para a passagem do povo hebreu em direção à terra prometida, estaria completamente chapado quando realizou tal feito. Isso se deveu à uma erva alucinógena conhecida como acácia, que misturada com outras raízes, era a bebida preferida dos profetas hebraicos na Antigüidade;

- Dizia-se que Hitler, o famoso Führer (guia) dos alemães durante o período entre-guerras e a Segunda Guerra Mundial e líder do Partido Nazista, teria baseado a seleção da raça ariana não somente de acordo com a genética dos homens, como também teria selecionado os excluídos medindo o tamanho de seu nariz. Esse não é um hábito tão estranho do Führer, já que ele também detestava judeus e escutava compositores de música clássica desta etnia e também não acreditava em astrologia, mas tinha entre seus conselheiros um astrólogo.

Espero que essa primeira parte das curiosidades tenha despertado interesse. Outras virão com o decorrer das postagens.

quarta-feira, 26 de março de 2008

O Vôo Cinqüentenário da Canarinha

A postagem de hoje refere-se a uma das fundamentais páginas da História do Brasil enquanto país rotulado como "país do futebol": a conquista da Copa de 1958, um ano efeverscente dentro da perspectiva política no país, completa hoje 50 anos.



Vendo hoje à tarde o amistoso da Seleção Canarinha contra a Suécia (o mesmo adversário que enfrentamos na final daquela Copa de 1958), que comemorou a lembrança desse jogo histórico, pois pela primeira vez uma Seleção de futebol sagrava-se campeã fora de seu continente de origem, vi imagens da sociedade carioca que recebeu os campeões mundiais que me lembraram um Brasil que passava por transformações como a Bossa Nova, o surgimento da Jovem Guarda e o surgimento de novos valores sociais.



Impolvoroso, o povo brasileiro assistia, no meio das ruas, uma efetiva política de Pão e Circo que, pela primeira vez distraía com alegria, uma vez que havíamos perdido a Copa de 1950 no Maracanã para o Uruguai de virada por 2x1. Essa política, originária na Roma Antiga, que prezava pela diversão do povo em detrimento do esquecimento dos problemas que afetavam a sociedade naquele momento, ainda se repetiria outras 4 vezes em nosso país quando o assunto fosse futebol, mas em momentos distintos (1962, 1970, 1994, 2002).



É notório que, durante o governo de Juscelino Kubitschek, o Brasil avançou realmente, no que se propôs o famoso Programa de Metas, os famosos "50 anos em 5"; em compensação, regrediu 5 anos também quando observamos as camadas mais baixas da sociedade e o povo do sertão. Prova disso é que, na entrada dos anos 60, ganham força as famosas Ligas Camponesas, que ficaram imortalizadas na figura de Francisco Julião. O que está realmente em jogo aqui é analisar que, na altura de 1958, JK enfrentava as pressões decorrentes sobretudo de seu maior crítico, Carlos Lacerda, pela construção da atual capital federal bem no coração do Brasil (Brasília, inaugurada a 21 de abril de 1960), o que fez seu governo levar os 2 últimos anos aos trancos e barrancos, sempre numa gangorra onde deveria apoiar tanto as elites nacionais de Direita como também as inquietas frentes de Esquerda, que aproveitarão a transição para os anos 60 nos governos de Jânio Quadros e João Goulart para buscar seu lugar ao sol.



Voltando para a questão das comemorações pelo Cinqüentenário da conquista da Seleção Canarinha em 1958, vimos a população buscando construir suas imagens e histórias com exemplos de atletas de sucesso na época como Pelé (com apenas 17 anos), Garrincha, Zagallo, Didi, Gilmar, Nilton Santos (A Enciclopédia do Futebol, seu apelido), o capitão do time Bellini, entre outros. A História do Populismo no Brasil escrevia ali uma nova página de aproximação do povo com os feitos de seu governo, que de pronto buscou homenagear os campeões do mundo com medalhas de honra ao mérito.



Enfim, a reflexão que deixo aqui é: a sociedade brasileira é uma sociedade construída ao longo da História, lapidada com cuidado pelos homens que ocuparam o posto de chefes da mais importante nação da América do Sul. Como seria essa sociedade se, durante a sua história, não houvesse ídolos nos quais cada brasileiro pudesse se espelhar e buscar exemplos, abafando os problemas em seu contexto diário, na busca da construção de um novo amanhã?



Deixo a vocês e em homenagem à Seleção, que vencia brilhantemente aquela partida por 5x2, uma foto dos chamados "heróis de Estocolmo".




segunda-feira, 17 de março de 2008

Limpeza Urbana no Recife de ontem e hoje


A postagem de hoje refere-se a um modo mui particular de como era feita a limpeza urbana nos bairros do Recife no início do século XX, aproveitando o ensejo de que estamos entrando nos meses de inverno e por isso as ruas, graças às galerias entupidas de entulhos e derivados, deixam caos urbanos dos mais variados nos dias de chuva, como foi hoje.

Pois bem, limpar uma rua era sinônimo de ter um local como exemplo. Aos próprios populares cabia esta tarefa como forma de ter sempre seu logradouro um local de referência para que a procissão passasse. Quem não varresse a rua seria multado e a pena era perder a rua como cortejo da procissão, o que na época não era bem visto como um sinal positivo em relação a se ter um local adequado para morar.

O projeto dos populares, na visão política, foi mais além: a Prefeitura obrigou (como complemento do que já era realizado por contra própria sendo obrigação dos poderes públicos como a atual Enlurb, que até então não existia de fato) que cada um tivesse que colocar seu lixo em um latão com tampa e de material plástico. O Prefeito, por isso, foi acusado pelos recifenses de estar realizando uma parceria (Prefeitura + empresa de tonéis de lixo) para fazer a população gastar sem necessidade, o que revoltou a massa na época. Gritaria geral, revolta e indignidade foram a resposta dada ao Prefeito.

Hoje em dia, como obrigação dos impostos que pagamos, devemos ser, no mínimo, respeitados em termos nossos locais mais limpos. É claro que, antes de tudo, precisa haver uma política de educação ambiental efetiva para que as pessoas se habituem novamente a reconhecer que os recipientes de lixo espalhados pela cidade (geralmente colocados em postes próximos à paradas de ônibus) não são como árvores de Natal, ou seja, um mero enfeite. Em tempos de luta pelo ecossistema, é mais do que hora das grandes cidades (e Recife em especial) iniciar um trabalho efetivo de conscientização popular para que não comecemos a nadar no lixo quando atingirmos o inverno, porque do jeito que está, tende a piorar!

quarta-feira, 12 de março de 2008

Feliz Aniversário... envelheço nas cidades...!!

Recife - 471 anos
Olinda - 473 anos

2 anos separam essas duas cidades abençoadas por Deus e dominadas pelos estrangeiros em um passado remoto. O que elas guardam de tão misterioso, especial e intrigante? Eu diria que diversas coisas.

Em primeiro lugar, o fato de nunca terem se conformado (Recife em especial) com o fato de sermos instrumentos de dominação estrangeira. Movimentos incontestes como a Revolução Pernambucana de 1817, a Conspiração dos Suassunas, o Areópago de Itambé, a Confederação do Equador, a Revolução Praieira, entre outros, mostram que o sentimento nativista em Pernambuco sempre foi muito forte e caracterizador de uma ideologia não vista em nenhum dos estados do Nordeste Brasileiro.

Em segundo lugar, a geografia e a beleza do local, com seus manguezais, paisagens naturais de planaltos, depressões e planícies, além das belas entradas marítimas presentes nessas duas cidades. Não por acaso Olinda era a bela vista que proporcionava a construção de uma vila na terra dos Caetés, segundo Duarte Coelho. O clima hoje em dia não agrada muito, mas aposto como o tropical atlântico que atua sobre essas duas cidades proporcionam muitas opções de diversão aos moradores.

Por fim a cultura, com suas festas e danças populares. Desde o Frevo até o Pastorio, passando por ciclos como o carnavalesco, junino e natalino, Recife e Olinda se caracterizaram como portos seguros de uma cultura miscigenada e capaz de disseminar-se facilmente em todo e qualquer um que aqui esteja. Paraíso seguro de muitos, as cidades representam um elo eterno entre aquele que aqui vive e aquele que nasceu aqui.

Aprendi desde muito cedo a admirar o que essas duas cidades têm de especial. Não menos importante, existem problemas graves como em toda cidade destacada que precisam de reparos emergenciais, contudo não é por conta disso que estas cidades deixam de ser portos seguros e sempre inovadores. Certa vez um amigo me disse: "todo pernambucano é modista...", eu discordo dele - acho o povo pernambucano, especialmente os de Recife e Olinda, povos criativos, com idéias inovadoras e eficazes quando feitas com responsabilidade e vontade, mas que ainda carecem de conscientização maior e disseminação fora dos quadrantes do estado.

Resumindo, viver essas datas de aniversário de Olinda e Recife é penetrar intrinsecamente no que é Pernambuco, sem contudo esquecer a riquíssima cultura e valor do interior. O tempo foi e será, caso o povo não perca sua identidade (o que é quase impossível em se tratando de Recife e Olinda), muito generoso com essas cidades e certamente as gerações futuras verão mudanças grandes, mas nunca sem esquecer da ternura e do sentimento que é viver essas duas importantes e quase meio-milenares cidades.

Parabéns Olinda! Parabéns Recife! Quem vos conhece se rende ao que sois!

sexta-feira, 7 de março de 2008

08 de Março - Dia da Mulher

Como é de costume, todos os anos o dia 08 de março reserva importantes homenagens para estas que enchem a vida dos homens de plenitude e grandeza: as mulheres. Feitas não para serem veneradas no topo como chapéus nem para serem rebaixadas abaixo como solas de sapatos, as mulheres são na verdade uma complexidade de sentimentos que preenchem a vida dos homens de maneira especial, ao ponto de fazê-los esquecer quem são ou suas convicções em prol de realizar todos os desejos de suas amadas.

Em vez de exaltar hoje a história do Dia da Mulher, deixarei com vocês uma matéria especial destacada pelo JC Online sobre importantes mulheres que fizeram a História de Pernambuco. Quem desejar conhecer mais sobre, acesse o link http://jc.uol.com.br/2008/03/06/not_162648.php

Segue abaixo o conteúdo do mesmo:

Mulheres que marcaram a História de Pernambuco
Publicado em 06.03.2008, às 12h02
Do JC OnLine

Você sabia que a primeira mulher brasileira a integrar a lista de imortais de uma academia de letras foi uma pernambucana? Sabe quem foi a primeira mulher no Estado a exercer a medicina? E aquela que é uma das pioneiras do trabalho da mulher nas artes cênicas? Então saiba um pouco mais das mulheres pernambucanas ou atuantes na região que marcaram a História do Estado. O JC OnLine e a historiadora Marieta Borges destacaram algumas como forma de celebrar o Dia Internacional da Mulher.

Adriana de Almeida - Brasileira condenada à morte por Maurício de Nassau por ter abrigado, no seu engenho, brasileiros que lutaram na Bahia contra os holandeses. As mulheres pernambucanas intercederam por ela e o mesmo Maurício de Nassau concedeu-lhe o indulto.

Amélia Cavalcanti – Primeira profissional a exercer a profissão de médica em Pernambuco (outras haviam se formado, mas não tinham a coragem de atuar no mercado).

Anita Paes Barreto - Educadora, secretária de Educação do Governo Arraes, em 1964, foi uma das criadoras do Movimento de Cultura Popular (junto com Germano Coelho).

Anna Paes – Viúva de um dos combatentes contra os holandeses, herdeira do Engenho Casa Forte. Teve a ousadia de casar-se com o capitão do exército holandês Carlos de Tourlon, mandado de volta para a Holanda por Maurício de Nassau, aonde faleceu. Novamente viúva, casou-se pela terceira vez, em 1645, com Gilberto de With, conselheiro de justiça do governo holandês. Por ter se casado com holandeses e abraçado a religião calvinista, teve todos os seus bens confiscados e, em 1654, embarcou para a Holanda com o marido e os filhos. Era uma mulher à frente de sua época.

Brites de Albuquerque - Esposa do donatário de Pernambuco, Duarte Coelho. Assumiu o governo da Capitania quando ele morreu, em 1554, e governou até 1560, enquanto os filhos estudavam em Portugal. Voltou a governar Pernambuco em 1572, quando o filho mais velho precisou regressar a Lisboa, sendo a primeira mulher a ter o poder de governar uma região, no Brasil e nas Américas.

Cristina Tavares - Jornalista, professora e política, nasceu em Garanhuns, no dia 10 de junho de 1936. Nos anos 1960, já no Recife, iniciou sua atuação política, participando de movimentos culturais e estudantis. Foi eleita deputada federal por três mandatos: 1978, 1982 e 1986. Publicou oito livros, entre os quais “A Última célula - minha luta contra o câncer”. Morreu no dia 23 de fevereiro de 1992.

Dandara - Lutou junto com o marido Zumbi dos Palmares contra o sistema escravocrata do século 17. Relatos levam a crer que nasceu no Brasil e estabeleceu-se no Quilombo dos Palmares ainda menina. Chegando perto do Recife, pediu a Zumbi que tomasse a cidade. Foi morta, com outros palmarinos, em 6 de fevereiro de 1694, após a destruição da Cerca Real dos Macacos, que fazia parte do Quilombo dos Palmares.

Diná Oliveira – Chamada primeira dama do teatro em Pernambuco, foi a corajosa atriz fundadora do Teatro de Amadores de Pernambuco, junto com o marido, Waldemar de Oliveira. Por isso, enfrentou os preconceitos da época. Atuou nos palcos até a perto de sua morte. Integrou a Academia de Artes e Letras de Pernambuco.

Dona Maria da Rosa – Doadora das terras onde se instalaram os franciscanos em Olinda, em 1585, foi também a criadora da primeira Ordem Terceira Franciscana para leigos, em Olinda, hoje considerada a mais antiga do Brasil. Está sepultada no Convento da Conceição, das Irmãs Dorotéias.

Dona Santa – Seu nome era Maria Júlia do Nascimento, mas foi como Dona Santa que ela ficou conhecida, por ser rainha dos maracatus recifenses, nascida em 1877, em Pernambuco. Era uma carnavalesca inveterada, das troças carnavalescas, do Maracatu Leão Coroado e da Troça Carnavalesca Mista Rei dos Ciganos. Filha e neta de escravos, foi rainha do Maracatu Elefante durante 16 anos, coroada em 1947. Morreu em 1962, aos 85 anos.

Edwiges de Sá Pereira – Jornalista, educadora e poeta, nasceu em Barreiros no dia 25 de outubro de 1884. Foi a primeira mulher brasileira a integrar a lista de imortais de uma academia de letras (a de Pernambuco), em 1920. Atuou na imprensa pernambucana e publicou vários livros, entre os quais: "Campesinas", "Horas Inúteis", "Jóia Turca" e "Eva Militante".

Geninha da Rosa Borges – Atriz com mais de sessenta anos de palco, foi uma das pernambucanas que mais se destacaram nas artes cênicas, sobretudo numa época em que havia muito preconceito, fazendo importantíssimo trabalho no Teatro de Amadores de Pernambuco. Integra a Academia de Artes e Letras do Estado.

Heroínas de Tejucupapo – Mulheres lideradas por Maria Camarão que, de crucifixo em punho, convocou as mulheres da vila de Goiana a pegarem armas e ajudarem os homens na luta contra as tropas inimigas. Em 24 de abril de 1646, lutaram contra os holandeses, vencendo a luta pela coragem e métodos inusitados de combate (usando paus, pedras, panelas, pimenta e água quente).

Isnar Moura – Primeira jornalista a exercer a profissão, atuando em um jornal local, numa época em que isso era considerado uma ofensa, por ser uma atividade exclusivamente realizada por homens.

Laura Nigro - Viúva do compositor Clídio Nigro, autor do "Hino de Elefante de Olinda" que, até quase os 100 anos, foi a maior foliã no Carnaval e nas Serenatas olindenses, tendo criado a Serenata Luar de Prata e o bloco Olinda, quero cantar.

Marisa Jonhson - Primeira mulher a tocar violencelo na Orquestra Sinfônica do Recife. Alguns parentes dela até hoje tocam na Sinfônica, todos violoncelistas.

Olegária da Costa Gama - Esposa de José Mariano Carneiro Cunha, herói pernambucano da Abolição e da República. Sempre apoiava os escravos fugidos, roubados das senzalas ou alforriados para o Ceará. Quando o marido ficou preso, dona Olegarinha continuou lutando em prol da abolição da escravatura. Faleceu no dia 24 de abril de 1898, em decorrência das complicações de uma gripe. Em sua homenagem, foi erguida uma estátua no Poço da Panela.

Fontes: Cartilha Mulher negra tem história, de Alzira Rufino, Nilza Iraci e Maria Rosa Pereira; Pernambuco de A a Z; Fundaj; historiadora Marieta Borges.

sexta-feira, 29 de fevereiro de 2008

Reforma do Fortim do Queijo - Olinda

Hoje me deparei com uma notícia, novamente no excelente caderno de Vida Urbana do Diario de Pernambuco, que me deixa muito feliz: o Instituto Histórico de Olinda vai comandar a recuperação e transformação do Fortim do Queijo ou Fortim Montenegro em memorial a partir do mês de março.

Fico feliz porque sou, desde criança, um apaixonado por essas explêndidas estruturas chamadas de fortes ou fortalezas. Na minha classificação, são patrimônios materiais que apenas perdem em termos de importância e beleza para as famosas Pirâmides de Gizé, para o Partenon, a Muralha da China e o Coliseu. Pensar um forte como uma estrutura sólida de um tempo onde a tecnologia limitava-se aos recursos locais ou trazidos com muito sacrifício nas embarcações de muito longe é observar mais do que o interesse em ocupar e tomar posse de um local: é enxergar a realidade de uma época, algo que intriga e torna capaz de vivermos novamente a História como um dia ela já foi.

Pois bem, para quem ainda não sabe a que estou me referindo nessa postagem, o Fortim do Queijo fica em Olinda, perto da Praça do Carmo e dos Correios, ali na Av. Sigismundo Gonçalves, logo na entrada da orla. De origem portuguesa e não holandesa, como muitos pensam, o Fortim recebeu esse nome não se sabe bem porquê, entretanto existem algumas possibilidades de explicações como: "havia uma grande quantidade de alimentos ali abrigados" ou "existia uma feira pública nos arredores onde o forte cheiro de queijo chegava até a fortificação", entre outras; há quem também o conheça por Forte Quebra-Pratos, pois quando os canhões eram acionados, os estrondos quebravam pratos nas moradias ao redor. O forte foi estabelecido no governo de Caetano Pinto de Montenegro, ex-Governador de PE durante o século XVII.

Atitudes como essa são importantes por nos fazer preservar essas memórias vivas em nossos locais de vida. Saber que estamos hoje em lugares que foram verdadeiros marcos da História de Pernambuco e do Brasil dá-nos uma satisfação sem tamanho, uma vez que todo pernambucano é ufanista e ama tudo que vem de sua terra. Pena que tão poucos saibam sobre ela, muitas vezes por falta de interesse em querer pesquisar ou saber os reais fatos por trás do que lhes trás o belo.

Além do Fortim do Queijo, Olinda também nos mostrou essa semana com as obras para embutir a fiação telefônica no solo os trilhos instalados para os bondes durante a primeira década do séc. XX (1914) pela então extinta companhia inglesa Pernambuco Tramways Corp.. Realmente estamos vivendo uma fase de efemeridade muito boa nos últimos 10 anos em termos de pesquisas sobre o patrimônio que estava esquecido, apesar de notarmos o Recife e Olinda hoje como retratos de uma época que foi apagada pela modernização (rever minha postagem de algumas semanas atrás). Faltava incentivo (e ainda falta) é bem verdade, mas ONGs estrangeiras estão fazendo um belo trabalho de releitura de Pernambuco, dando com isso um verdadeiro show de cidadania e consciência histórica.

Se puderem, visitem o local. Painéis serão instalados ao final da reforma, contando importantes momentos da história do Fortim e contribuindo para a manutenção da memória de PE viva.

quarta-feira, 27 de fevereiro de 2008

Um Homem que também é um número!

Hoje estive resolvendo algumas coisas na rua, sempre bastante atarefado como qualquer professor. Mas, no intervalo de uma das atribuições, abri o Diario de Pernambuco para folhear alguma notícia interessante e particularmente, o caderno de Vida Urbana trouxe uma matéria interessante sobre um homem conhecido como "Vinte Mil".

Por que esse tema num blog de História? Quando falamos em memória, estamos falando de História. Esses dois elementos sempre caminharam juntos em busca de um entendimento maior para a preservação de um povo, um local, uma cultura, enfim. A memória é a mestra das transformações e capaz de tornar um simples fato cotidiano em algo grandioso, dependendo da proporção que toma.

Vinte mil chegou ao HR (para os leigos, Hospital da Restauração) no ano passado, quando sofreu um grave acidente e ficou inconsciente. Depois de dias buscando informações sobre o paciente, os médicos residentes do HR tentaram fazer com que o mesmo se lembrasse de alguma informação que o fizesse se identificar melhor (nome, rua em que mora, data de nascimento, parentes) uma vez que chegou sem nenhum documento. Não conseguindo falar, o paciente apenas pegou a caneta do médico e escreveu, muito pausadamente, o número 20.000 na mão. Desde então, passou a ser conhecido pela única informação que repetia a todo instante: "vinte mil! vinte mil! vinte mil! ".

Veja como a memória é traiçoeira nesses casos. O homem em questão não tem nenhum registro do seu passado claramente em seu presente, parece não saber em que ambiente está vivendo (vive no Hospital há 1 ano e não sai para a rua pois ficaria completamente sem rumo) e não se lembra de ninguém pelo nome, nem mesmo o dele. Os registros mais importantes da História desse homem sofreram uma espécie de arquivamento permanente, onde os médicos não sabem se um dia novamente virão à tona. O mais interessante é como "vinte mil" se relaciona e se refere às pessoas. Quando perguntado sobre qualquer coisa, sempre responde na 3ª pessoa do singular. Informações pessoais também, mas nada que lhe faça referência a seu passado.

Fatos como esse nos fazem preocupar com nossa memória, instrumento tão valioso e tão importante no processo da História de nossas vidas, onde guardamos boas e más recordações, mas também observamos transformações e realizamos analogias sobre "quem fomos" e "quem somos", para buscar um melhor "quem seremos" um dia. A memória de "vinte mil" não foi apagada, mas entrou numa fase de hibernação profunda que fez a História de sua vida tomar outro rumo para, quem sabe no futuro, confrontar-se com seu passado. Até lá, "vinte mil" vive sendo querido por todos e o paciente mais conhecido do HR, sendo inclusive prestativo a todos que por ali passam diariamente.

segunda-feira, 25 de fevereiro de 2008

Adiós, amigos!

Finalmente, depois de 50 anos, caiu praticamente o último dos grandes focos do Comunismo ditatorial no mundo: Fidel pede pra sair!

Desde muito, pra dizer a verdade, a queda da URSS (União das Repúblicas Socialistas Soviéticas) que o modelo de governo imaginado por Castro não era lá dos melhores pra se viver. Tudo bem que em alguns setores alcançaram patamares invejáveis de "desenvolvimento", mas no balanço final da qualidade de vida e situação econômica da nação, o Comunismo já era uma fraude há tempos.

Não excluo o fato de que os Estados Unidos tenham sido um estorvo na vida de Cuba durante anos. Acho que a frase usada para o vizinho México ("Pobre México, tão longe de Deus e tão perto dos Estados Unidos") serve também como um "alento" para Cuba tirar, ao menos, 20% do peso do fracasso de seu sistema retrógrado de governo. Enquanto o mundo se moderniza, evolui em termos de tratados econômicos, concordatas e tudo mais, a ilha vive dentro de uma espécie de "bolha de vidro" onde acha que tudo está muito bem e não precisa se alinhar com o mundo exterior. Egocentrismo é bem típico de Ditaduras Fascistas, entretanto Cuba está longe de ser uma (pelo menos durante todos esses anos).

O que Fidel Castro pensou, em 1959, junto com Ernestro Guevara de La Sierna, Camilo Cienfuegos e diversos outros que estiveram na Guerrilha de Sierra Maestra era um sistema que se alinhava com o momento e era realmente o que Cuba precisava para acabar com anos de opressão e descaso por parte da Ditadura de Fugêncio Batista. Porém pensar que esse sistema seria algo perpétuo, que isolaria todos os males políticos que pudessem afetar a ilha de alguma maneira é algo surreal, fora de questão. Fidel insistiu quase 50 anos nesse modelo, nos últimos 3 anos teve a prova concreta de que era preciso, literalmente, "tocar a pedra" e sair fora.

Músicos refugiados, atletas olímpicos, centenas de imigrantes ilegais nas fronteiras mexicanas e no sul dos Estados Unidos. Será mesmo que essas pessoas fugiram por aventura ou para passar férias? Pergunto-me se elas realmente, conhecendo o câncer por dentro, não tinham medo que a metástase se alastrasse mais aceleradamente. Nem todos os países são acolhedores como o nosso, pátria mãe gentil, que recebe os filhos adotados com o mesmo carinho com os quais cria os do próprio ventre, mas uma coisa fica evidente: voltar nenhum deles quer, doa a quem doer.

Assumiu o lugar do velho carcomido o seu irmão, outro que é louco e nem sabe o que está fazendo. De tapa-buraco passou a remendo mal-feito e assumiu um país que, não duvido nada, estoure feito uma bomba. Há os que pensem que, mesmo afastado, Fidel ainda continua no poder; é bem verdade, porém ele não consegue mais articular forças em prol dos ideais que os velhos revolucionários do "Hai que endurecer pero sin perder la ternura jamás" tinham. O sistema vai cair com mais ou menos anos, é esperar pra ver.

No mais quem está rindo é os Estados Unidos. Sabem que um de seus calos da Guerra Fria não tem forças para lhe causar nem mesmo uma frieira e agora vão entrar com tudo fazendo valer mais uma vez a famosa Doutrina Monroe: "A América para os Americanos" (de fato e sem direito). No mais só faltou mesmo o "Adiós, amigos" do ex-presidente e ditador Fidel Castro. Confie que os cubanos não vão sentir falta disso.

quarta-feira, 20 de fevereiro de 2008

Neandertal não é humano direto.

Essa postagem é, na verdade, a íntegra de uma matéria publicada no jornal O Estado de São Paulo de 06/06/2006 que achei pertinente trazer para o blog. Ei-la:

Neandertal não era ancestral humano, confirma pesquisa
O homem de Neandertal viveu entre 150.000 e 30.000 anos atrás, na Europa, parte da Ásia e Oriente Médio

PARIS - O homem de Neandertal não é antepassado do homem moderno e representa uma espécie diferente da humanidade atual, o Homo sapiens, confirma análise da seqüência genética neandertal mais antiga já estudada, o dente de um menino de 100.000 anos atrás. "Não há elos entre nós e o homem de Neandertal", explica a responsável pelo estudo, a paleontologista francesa Catherine Hanni, acrescentando que a amostra analisada é bem anterior ao período de coabitação entre humanos e neandertais, há cerca de 35.000 anos.

A análise permitiu conhecer a diversidade genética do homem de Neandertal antes de haver qualquer contato com o homem moderno. Várias análises genéticas de amostras de fósseis, iniciadas em 1997, já revelavam a "inexistência de provas de mestiçagem entre as espécies", lembrou Hanni.

A cientista analisou um dente de criança encontrado em uma caverna de Scladina (Bélgica). O estudo mostrou ainda uma notável perda de diversidade genética na espécie entre o período de que data o dente e pouco antes do desaparecimento do Neandertal, há 30.000 anos, algo "lógico", segundo a pesquisadora, dado o "declínio demográfico da espécie".

O homem de Neandertal viveu entre 150.000 e 30.000 anos atrás, na Europa, em parte da Ásia e Oriente Médio. Já o homem moderno, cujo surgimento data de entre 200.000 e 100.000 anos atrás na África, migrou para a Europa e conviveu, durante um curto período, com o Neandertal.

As conclusões da equipe de Hanni estão publicadas na revista Current Biology.



segunda-feira, 18 de fevereiro de 2008

Crimes em nome de Deus

Essa postagem foi solicitada por minha amiga Isabella Brayner, que mui distante está fisicamente, mas perto está em termos de conhecimento e curiosidade sobre a História.

Hoje, como o título sugere, a postagem é sobre algumas curiosidades sobre o famigerado Tribunal da Santa Inquisição. É notório o mal praticado pela Igreja Católica em toda Europa Média e Moderna um dia, entretando há muitos mitos também sobre sua atuação. Consultando duas obras como referência para os estudos (O Martelo das Feiticeiras e O Manual dos Inquisidores, ambos traduzidos e comercializados pela Editora Record), eis aqui algumas características interessantes:

  • A Inquisição perseguiu e torturou os Tempários acusando-os de crimes sem nexo, como pedofilia, homossexualismo e heresia para com a figura de Cristo. Era muito improvável que eles tivessem praticado esse tipo de crime, uma vez que eram servidores da Ordem Católica e devotos fervorosos de suas convicções religiosas;

  • Entre os métodos de tortura mais comuns praticados pelos inquisidores (questionadores) estavam o interrogatório marcado (as perguntas induziam o acusado a responder o que os inquisidores desejavam ouvir); a cama de madeira que esticava os membros até deslocá-los do corpo; a barra de ferro em brasa próxima ao corpo ou marcando (usava-se também uma colher em brasa para a língua); o "fura-bruxas", um sistema de facas que procurava a "marca do demônio" no corpo da mulher acusada; o sexo forçado feito pelas ditas "bruxas" com os padres confissores; a ponta de ferro, cujo(a) acusado(a) ficava suspenso por cordas e com uma afiada ponta de ferro introduzida em seu ânus até a morte (detalhe, havia até platéia para observar a tortura); a cadeira da morte, cujo acusado era colocado com as mãos para trás atadas, o pescoço preso a uma corda em um bloco de madeira e outro bloco prendendo os pés (como o dos escravos) e estes expostos a carvão em brasa para queimar a sola dos pés; a famosa fogueira em praça pública; o arremesso das bruxas, de onde jogavam-se as mulheres de um lugar extremamente alto capaz de fazê-las morrer quando do impacto com o solo; a estaca no peito, entre outros.

  • Detalhe importante: todo herege julgado pela Inquisição nunca voltaria a ter sua vida normal. Mesmo que passado pelo crivo mais cruel do Tribunal, sempre haveriam seqüelas das torturas que o impediriam de viver.

  • Existiram de fato dois tribunais da Inquisição: um durante a Idade Média, cruel; e outro sanguinário e extremamente impiedoso durante a Idade Moderna.

Bem, espero ter podido ajudar com essa curiosidade sobre a Igreja Católica e espero que não confundam o que foi feito um dia com o que é feito hoje. Lembrem que os tempos são outros e os conceitos também. Oficialmente o Tribunal da Inquisição foi extinto há anos, entretanto nada impede que, dentro de uma determinada necessidade, ele seja reativado. Vamos torcer para que não!

Outras sugestões de temas ligados à Heresia e Igreja Católica que vocês podem pesquisar: Os Cátaros, Os Valdenses, O Luteranismo, O Calvinismo, O Anabatismo e o Presbiterianismo.

sexta-feira, 15 de fevereiro de 2008

A Casa Preta e Branca... ou de saia, talvez.

Primeiramente, gostaria de pedir desculpas pela atualização só estar sendo feita hoje. Essa semana foi deverasmente corrida com a volta às aulas das redes particular e pública, o que consumiu minha vida por demais. Mas não esqueci que somos mochileiros da História e hoje trouxe uma discussão a respeito das prévias eleitorais para a Casa Branca (EUA), que aparentemente não nos envolve diretamente (digo, pensando em termos de Brasil), porém não é bem por aí.

Desde que foi anunciada a "Nova Corrida pelo Ouro" nos EUA (digo, corrida para chegar ao posto mais cobiçado da política mundial atualmente - o de chefe da nação "mais poderosa" do mundo atual) que vejo 3 realidades diferentes nos candidatos mais cotados para disputar as reais eleições no segundo semestre: temos um ex-combatente do Vietnã (Senador John McCain - Partido Republicano), um negro que tenta contradizer o histórico racista da sociedade norte-americana e ser o primeiro a ocupar o posto de Mr. President (Barak Obama - Democrata) e a ex-primeira dama Hillary Clinton (também Democrata, ficou conhecida como a mulher traída pela secretária particular do ex-presidente e ainda atual marido, Bill Clinton).

Conversando com outros companheiros de trabalho da área de História dos colégios que trabalho, percebi que todos nós temos uma leve simpatia (perceba o leve...) pelo candidato que DEVE vencer o pleito em outubro. No nosso entender, Obama é o mais capaz para ocupar o cargo tendo em vista que a antiga estrutura do "Império Americano" começa a ruir cada vez mais rápido por conta desse governo de velhos dinossauros (Gerontocracia). Um filho de imigrantes nascido na América tem a chance de poder fazer a história norte-americana mudar completamente e sair do foco da Guerra contra o Terrorismo e deixar de lado essa estupidez em não concordar com a assinatura do Protocolo de Kyoto, contribuindo na luta contra o Aquecimento Global.

A sociedade americana cansou de seus velhos ídolos e está dando provas disso. As eleições nos EUA esse ano tem tudo para serem as mais disputadas depois da fraude de George W. Bush contra Al Gore em 2001. As mulheres, apesar de desejarem a primeira comandante do "sexo frágil" na Casa Branca, não devem ver, ao menos agora, seu sonho realizado, pois pelo que a maioria da sociedade sinaliza, a Casa Branca deve ganhar tons pretos em busca da construção e solidificação de uma nação que se julga dona do mundo atual e representa os melhores exemplos de sociedade organizada do globo, mesmo que para isso tenhamos que ignorar acontecimentos como maníacos invadindo universidades e matando uma série de jovens e depois cometendo suicídio.

Enfim, a eleição americana ainda vai render muito pano pra manga. Vamos pagar pra ver. De qualquer forma, o novo Presidente vai encarar dois grandes problemas: a crise econômica e o problema da imigração ilegal no país. Entretanto, importante mesmo nisso tudo é saber de que lado nosso excelentíssimo Presidente (o Sr. Lula Molusco) estará ao final de tudo isso: se do nosso ou abrindo espaço para o novo comandante da América (pelo menos do Norte).

Abaixo imagens dos presidenciáveis:



Obama e Hillary Clinton se cumprimentam nas prévias eleitorais dos Democratas.


John McCain ainda corre contra o favoritismo dos Democratas, buscando apoio do atual Presidente para manter os Republicanos no poder por, pelo menos, mais 4 anos.