segunda-feira, 17 de março de 2008

Limpeza Urbana no Recife de ontem e hoje


A postagem de hoje refere-se a um modo mui particular de como era feita a limpeza urbana nos bairros do Recife no início do século XX, aproveitando o ensejo de que estamos entrando nos meses de inverno e por isso as ruas, graças às galerias entupidas de entulhos e derivados, deixam caos urbanos dos mais variados nos dias de chuva, como foi hoje.

Pois bem, limpar uma rua era sinônimo de ter um local como exemplo. Aos próprios populares cabia esta tarefa como forma de ter sempre seu logradouro um local de referência para que a procissão passasse. Quem não varresse a rua seria multado e a pena era perder a rua como cortejo da procissão, o que na época não era bem visto como um sinal positivo em relação a se ter um local adequado para morar.

O projeto dos populares, na visão política, foi mais além: a Prefeitura obrigou (como complemento do que já era realizado por contra própria sendo obrigação dos poderes públicos como a atual Enlurb, que até então não existia de fato) que cada um tivesse que colocar seu lixo em um latão com tampa e de material plástico. O Prefeito, por isso, foi acusado pelos recifenses de estar realizando uma parceria (Prefeitura + empresa de tonéis de lixo) para fazer a população gastar sem necessidade, o que revoltou a massa na época. Gritaria geral, revolta e indignidade foram a resposta dada ao Prefeito.

Hoje em dia, como obrigação dos impostos que pagamos, devemos ser, no mínimo, respeitados em termos nossos locais mais limpos. É claro que, antes de tudo, precisa haver uma política de educação ambiental efetiva para que as pessoas se habituem novamente a reconhecer que os recipientes de lixo espalhados pela cidade (geralmente colocados em postes próximos à paradas de ônibus) não são como árvores de Natal, ou seja, um mero enfeite. Em tempos de luta pelo ecossistema, é mais do que hora das grandes cidades (e Recife em especial) iniciar um trabalho efetivo de conscientização popular para que não comecemos a nadar no lixo quando atingirmos o inverno, porque do jeito que está, tende a piorar!

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