segunda-feira, 27 de julho de 2009

A importância de uma bandeira

Estive pensando num post diferente para essa semana e me ocorreu de pensar nas famosas bandeiras. No alto, imponentes e soberanas, demonstrando poder ou a meio pau, homenageando alguém que se foi, as bandeiras sempre fizeram parte da vida dos Estados enquanto símbolos autênticos de representação da força de uma nação e poder político.

Relemebrando alguns momentos onde as bandeiras fizeram diferença e apareceram de maneira a serem lembradas na História, considero seis bastante decisivos:

1 - Durante a Guerra dos Cem Anos, quando Inglaterra e França duelaram no confronto de Orleans e Joana D'Arc empunhou a bandeira francesa como símbolo de representação da casa de Capeto;

2 - Durante a Guerra de Secessão Americana, quando duas bandeiras, a da Federação e a da Confederação, lutaram para representar uma nação, um país unificado e independente de fato e direito com símbolos dignos de demonstrar uma organização de Estado real;

3 - Durante a Revolução Pernambucana de 1817, quando os revolucionários imaginaram cada símbolo constante na bandeira de Pernambuco que tivessem identificação com as coisas da terra e seu povo, bem como pudessem representar a soberania do Estado e o espírito de luta e bravura;

4 - Durante a Segunda Guerra Mundial, em especial após a Batalha de Iwo Jima, quando os americanos fincaram a bandeira de seu país em solo japonês e decretaram, a partir dali, o destino do conflito;

5 - No processo de redemocratização brasileiro após 1985, quando a bandeira foi pras ruas pedir as Diretas Já!, a Anistia aos presos e exilados e a retomada do espírito de ser brasileiro, de lutar e nunca desistir de construir, acima de todas as adversidades, um país melhor;

6 - Na Revolução Francesa, sendo que o azul representa o poder legislativo, branco o poder executivo e o vermelho o povo, os três dividindo igualmente o poder através dos lemas Liberdade, Igualdade e Fraternidade.

Pode haver mais exemplos, mas os já citados demonstram que há uma completa identificação entre a nação e seus símbolos desde que os Estados Nacionais se fizeram representações de um determinado local, a identificação de um povo, a forma traduzida em objeto de poder. A onda que varreu o mundo na segunda metade do Século XIX com a "Primavera dos Povos" foi a grande responsável por tal feito que se cristalizou e despertou o senso de reconhecimento de cada membro que compõe uma nação naqueles símbolos, dotados de grande poder e imponência ainda nos dias atuais.

quarta-feira, 22 de julho de 2009

Jogos Históricos

Estive lendo uma matéria na Revista de História da Biblioteca Nacional (por sinal, a melhor do gênero, superando de muito longe a História Viva e a Aventuras na História) sobre jogos que tentam ensinar o que é a evolução histórica dos acontecimentos. Nisso me veio uma conversa que tive no sábado à noite com um colega pelo msn justamente sobre isso.

Aprender sobre acontecimentos históricos é sempre um desafio e aprendemos isso no curso desde cedo. Investigar não é uma tarefa fácil: requer aplicação, disponibilidade de tempo e paciência para escolher as melhores fontes e realizar uma pesquisa que seja relevante para a formação de um conhecimento válido e diferenciado do que já existe, ou seja, é necessário fazer uma releitura daquilo que "já foi dito" anteriormente.

Esses jogos, como Age of Empires (em suas três versões), Rise of Nations, Civilization, entre outros só fazem confundir a cabeça dos amantes por games. É fato que muitos personagens são reais e até certo ponto localizados corretamente em seus contextos, mas desde quando podem os russos colonizar o Brasil? Como é que o Japão pode ter vencido a I Guerra Mundial? De que maneira os índios teriam construído as pirâmides do Egito? São distorções absurdas que desafiam a lógica dos fatos sem nenhuma propriedade simplesmente pelo lado lúdico.

O problema, neste caso, não está no lúdico, mas sim em tomar este como aprendizado maior do que as fontes bibliográficas. Nenhum conhecimento cibernético pode ser 100% confiável a menos que as fontes de pesquisa estejam citadas. É bem diferente do que acontece num blog como o Mochila, por exemplo: aqui, eu posto informações de cunho histórico que realmente estão nas fontes, mas com meu parecer, numa escrita livre, totalmente descompromissada com rigores acadêmicos. Eu poderia citar as fontes? Poderia. Mas quem vem a este espaço quer uma leitura leve, descontraída, por isso deixo a indicação somente para quem achar que precise.

Voltando ao assunto dos games, eu penso que esse cuidado em não distorcer a História de fato, especialmente a História do Tempo Presente (séculos XX e XXI), deveria ser uma preocupação de empresas que elaboram esses jogos como a Eletronic Arts, por exemplo. Informar e divertir sempre foram uma ótima ideia, desde que essa seja feita da maneira a aprender com uma nova didática.

Nesse sentido, sou totalmente favorável aos "jogos históricos".

terça-feira, 21 de julho de 2009

O salto gigantesco da Humanidade

Há 40 anos, comemorados no dia de ontem, o Homem havia tido a maior de suas conquistas no espaço até o tempo presente: tocar o solo lunar e pode explorá-lo, fincar a bandeira do seu país naquele local e transmitir tudo ao vivo, para o mundo contemplar, foi um acontecimento que marcou época até o dias atuais. Depois daquele 20 de julho de 1969, o espaço nunca mais foi o mesmo.

Ainda gerando desconfiança da parte de alguns e creditados por tantos outros, os três astronautas que participaram da inigualável missão da Apolo 11, Neil Armstrong e Michael Collins, hoje com 78 anos, e Buzz Aldrin, com 79 deixaram várias indagações no ar que ainda hoje buscam ser respondidas pelos mais incrédulos. Entretanto a ciência já buscou demonstrar que o fato aconteceu mesmo mediante a prova de simples questionamentos como a falta de ventos tremulando a bandeira, a sombra de Armstrong, entre outros.

Recebidos com honrarias no dia de ontem pelo atual presidente dos EUA, Barack Obama, os astronautas ficaram bastante emocionados e a NASA revelou que pretende realmente enviar uma nova expedição à Lua, desta vez em 2020. Há aqueles que prefiram a "conquista" de Marte, porém este é um projeto que carece, além de subsídios altíssimos, de um maior estudo sobre a estrutura do "planeta vermelho".

É certo que os recursos hoje em dia são empregados mais por quem deseja fazer a guerra e não a paz e progresso científico para o bem da humanidade, contudo não podemos esquecer que, se a humanidade realmente deu este grande salto para sua história, isso se deve ao fato de que homens desbravaram o que parecia impossível e inútil para uma época, mas que refletiu positivamente no curso futuro daquele ano de 1969.

E você, acha que realmente o Homem pisou na Lua? Deixe sua resposta nos comentários! ;)

segunda-feira, 20 de julho de 2009

Um bode como ícone


O mais gostoso de se viajar e conhecer outros lugares é saber um pouco mais não somente da história daquele lugar, mas principalmente de sua tradição popular. Estando em Fortaleza-CE na semana passada, me deparei com um fato, deveras, muito curioso.

Os cearenses, no início do século XX, veneravam um bode como símbolo maior e mascote da cidade. Por incrível que pareça, a história do animal (bem como o mesmo, devidamente empalhado) está no Museu do Estado do Ceará para quem quiser ver. O bode atendia pela alcunha de Ioiô e supostamente teria chegado à cidade pelas mãos de um tropeiro ainda em 1905.

Resistindo ao tempo, circulando pelas ruas, o bode foi ganhando a simpatia do povo cearense e transformou-se no mascote oficial da cidade. Até mesmo os jornais exaltavam a figura do animal que virou celebridade rapidamente, contrariando as leis sanitárias e urbanísticas da Fortaleza de 1920.

O bode veio a falecer por volta do final dos anos 30 do século XX, mas deixou muitas lembranças e muitas andanças pelas ruas da antiga Fortaleza, bem como alimentou diversas histórias do cancioneiro popular cearense.

segunda-feira, 13 de julho de 2009

No Chuí, quem canta de galo não é Guarani...

Atendendo a pedidos, a postagem de hoje, diretamente aqui de Fortaleza, no XXV Simpósio Nacional de História da ANPUH, vai ser sobre os Sete Povos da Missões e os conflitos conhecidos como Guerras Guaraníticas.

Tudo tem início ainda no século XVII, como consequência da saída holandesa do Brasil e a expansão para o Sul, promovendo a reconfiguração do mapa da América Latina. A assinatura, em 1750, do chamado Tratado de Madri revelou que Portugal, em sua ânsia por ouro, não respeitava mais os limites de Tordesilhas e Espanha, no seu papel de defender suas "conquistas" territoriais, mas ao mesmo tempo não desejando entrar em conflito com seu vizinho ibérico, resolve por as "cartas na mesa" e reconfigurar o mapa.

A dificuldade encontrada para os entendimentos eram, basicamente, três: a instalação de fortalezas e fortes por Portugal em locais como SC, MT, RS, MA e PA; a forte presença da etnia nativa tupi-guarani na região; e a vontade lusa em encontrar ouro na região. Não foi fácil unir os interesses ibéricos e sobrepô-los, inicialmente, aos nativos e, como se os problemas já não fossem muitos, também à Igreja Católica, que tinha interesses na região mais extrema do continente onde possuía importantes aldeiamentos chamados de missões. Entre as missões mais famosas está a de Desterro, hoje localizada no estado de Santa Catarina e a maior de todas e palco de importante conflito: a de Sete Povos das Missões, no atual território do Rio Grande do Sul.

Pois bem, após o Tratado de Madri, novas questões territoriais envolvendo as coroas ibéricas, os nativos e os jesuítas provocaram a assinatura de novos acordos: Santo Ildefonso, Badajós, Utrecht e El Pardo vieram colaborar para que tanto a Colônia de Sacramento (território no atual Uruguai) e Sete Povos das Missões fossem, por diversas vezes, repartidos e trocados entre Espanha e Portugal, até que o destino designasse que Espanha ficaria com o primeiro e Portugal com o segundo, como era originalmente. Como dito mais acima, um dos maiores fatores que contribuiu para tal foram as Guerras Guaraníticas.

Pelo que o nome sugere, tais guerras representaram o conflito entre as coroas ibéricas para deslocar as comunidades nativas de seu território, extinguindo o aldeiamento de Sete Povos das Missões e expulsando os jesuítas da região. Liderados por Sepé Tiaraju, os guaranis se envolveram em sangrentos combates, pois não desejavam as mudanças a eles impostas e que resultaram na morte de diversos membros da etnia durante três anos (1753 a 1756), incluindo seu líder, que havia recebido a cultura européia e era um homem que transitava entre o mundo nativo americano e o mundo europeu com certa facilidade. Sua morte representa atualmente o dia do índio (19 de abril) e serve de consciência para o que aconteceu na região.

Aliados covardemente, os países ibéricos realizaram as modificações na região, que mais tarde acabaram por não dar certo e depois de alguns anos, tudo voltara a ser como antes, menos para os nativos e os jesuítas, que apesar de controlarem os aldeiamentos e terem o apoio dos nativos guaranis, também eram vítimas das leis da época, conhecidas por Ordenações.

sábado, 4 de julho de 2009

Frase da Semana

Para pensar, rir e até mesmo sentir raiva:

"O Congresso Nacional é um local que: se gradear vira zoológico, se murar vira presídio, se colocar uma lona em cima vira circo, se colocar lanternas vermelhas vira puteiro, e se der descarga não sobra ninguém."

quinta-feira, 2 de julho de 2009

Rifa do Burro

Como este blog também é um espaço para causos e ontem completamos 15 anos do Plano Real, estou postando este curioso causo que recebi por e-mail. Sensacional por sinal, apreciem! Chama-se A Rifa do Burro:

Certa vez quatro meninos foram ao campo e, por R$ 100,00, compraram o burro de um velho camponês. O homem combinou entregar-lhes o animal no dia seguinte. Mas, quando eles voltaram para levar o burro, o camponês lhes disse:

- Sinto muito, amigos, mas tenho uma má notícia. O burro morreu.
- Então devolva-nos o dinheiro!
- Não posso, já gastei tudo.
- Então, de qualquer forma, queremos o burro.
- E para que o querem? O que vão fazer com ele?
- Nós vamos rifá-lo.
- Estão loucos? Como vão rifar um burro morto?
- Obviamente, não vamos dizer a ninguém que ele está morto.

Um mês depois, o camponês encontrou novamente com os quatro garotos e lhes perguntou:

- E então, o que aconteceu com o burro?

- Como lhe dissemos, o rifamos. Vendemos 500 números a 2 reais cada um e arrecadamos 1.000 reais.
- E ninguém se queixou?
- Só o ganhador, porém lhe devolvemos os 2 reais, e pronto.

Os quatro meninos cresceram e fundaram um banco chamado Rural, uma Igreja chamada Universal e um partido político chamado PT.