quarta-feira, 22 de julho de 2009

Jogos Históricos

Estive lendo uma matéria na Revista de História da Biblioteca Nacional (por sinal, a melhor do gênero, superando de muito longe a História Viva e a Aventuras na História) sobre jogos que tentam ensinar o que é a evolução histórica dos acontecimentos. Nisso me veio uma conversa que tive no sábado à noite com um colega pelo msn justamente sobre isso.

Aprender sobre acontecimentos históricos é sempre um desafio e aprendemos isso no curso desde cedo. Investigar não é uma tarefa fácil: requer aplicação, disponibilidade de tempo e paciência para escolher as melhores fontes e realizar uma pesquisa que seja relevante para a formação de um conhecimento válido e diferenciado do que já existe, ou seja, é necessário fazer uma releitura daquilo que "já foi dito" anteriormente.

Esses jogos, como Age of Empires (em suas três versões), Rise of Nations, Civilization, entre outros só fazem confundir a cabeça dos amantes por games. É fato que muitos personagens são reais e até certo ponto localizados corretamente em seus contextos, mas desde quando podem os russos colonizar o Brasil? Como é que o Japão pode ter vencido a I Guerra Mundial? De que maneira os índios teriam construído as pirâmides do Egito? São distorções absurdas que desafiam a lógica dos fatos sem nenhuma propriedade simplesmente pelo lado lúdico.

O problema, neste caso, não está no lúdico, mas sim em tomar este como aprendizado maior do que as fontes bibliográficas. Nenhum conhecimento cibernético pode ser 100% confiável a menos que as fontes de pesquisa estejam citadas. É bem diferente do que acontece num blog como o Mochila, por exemplo: aqui, eu posto informações de cunho histórico que realmente estão nas fontes, mas com meu parecer, numa escrita livre, totalmente descompromissada com rigores acadêmicos. Eu poderia citar as fontes? Poderia. Mas quem vem a este espaço quer uma leitura leve, descontraída, por isso deixo a indicação somente para quem achar que precise.

Voltando ao assunto dos games, eu penso que esse cuidado em não distorcer a História de fato, especialmente a História do Tempo Presente (séculos XX e XXI), deveria ser uma preocupação de empresas que elaboram esses jogos como a Eletronic Arts, por exemplo. Informar e divertir sempre foram uma ótima ideia, desde que essa seja feita da maneira a aprender com uma nova didática.

Nesse sentido, sou totalmente favorável aos "jogos históricos".

3 comentários:

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  3. Eu acho isso mais grave do que se parece, já cheguei a comentar com pessoas que gostam de história a respeito de filmes que contrariam a realidade histórica. Acho isso muito uma atitude muito irresponsável dos cineastras, assim como dos produtores de jogos, como citado no texto.

    Ouço muitos contra-argumentos, afirmando que é uma forma de misturar a ficção com a realidade. Alguns dizem que por ser um filme ou um jogo de computador não precisa ser tão fiel aos fatos.

    Quem assim pensa, deve levar em consideração que milhões de pessoas jogam/jogaram Age of Empires, por exemplo, ou já assistiram a um filme como 10.000 a.C.. Quem não tem muito acesso à informação, muitas vezes pode tirar conclusões erradas a respeito dos períodos abordados.

    Ao assistem a um filme ou jogarem um game com erros históricos,
    vários alunos que não têm um conhecimento sólido do tema abordado passam a ser prejudicados.

    Os grandes produtores de filmes e jogos poderiam, além de fazer seu papel no entretenimento, cumprir um compromisso com a educação, associando diversão ao aprendizado propriamente dito, como foi proposto no post de Diogo. Neste caso, também sou favorável aos jogos e filmes históricos :D

    ---> comentário corrigido :P


    Mochila, atualize!

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