segunda-feira, 28 de julho de 2008

Cabra macho, sim sinhô!!

Hoje a postagem não se refere a uma figura qualquer. Importante elemento do imaginário popular do sertão e figura indispensável na referência ao Nordeste, Virgulino Ferreira da Silva deixava, há 70 anos, o mundo dos mortais para dançar o xaxado na outra vida. Hoje falaremos brevemente sobre Lampião, o Rei do Cangaço.

Iniciado muito cedo no Banditismo Social (Cangaço), Lampião divide opiniões diversas de estudiosos e leigos ainda hoje em dia, 70 anos depois de sua morte por uma emboscada organizada pelas volantes governamentais em Angicos, Sergipe, 1938. Herói ou Bandido? Eis sempre a pergunta que permeia a personalidade desse homem simples, nascido em Serra Talhada e filho de humildes camponeses vítimas de um sistema que ainda impera no interior do Brasil nos dias de hoje: o Coronelismo.

Fazendo parte do bando do Sinhô Pereira, Lampião foi adquirindo tempo e vivência necessários para conseguir a confiança do grupo e depois, quando da aposentadoria do chefe, assumir o posto maior de comandante do Cangaço. Não que apenas existesse o grupo dele, o Cangaço produziu personagens sociais pelo sertão nordestino espalhados em vários estados, porém com uma só idéia: fugir da seca, fome e opressão dos poderosos.

A imagem que Lampião produziu no Nordeste sempre é lembrada pela bravura, desafio, superação e sentimento para viver em condições totalmente adversas ao que um ser humano merece e precisa. Casado com filha de coronel, sua união com Maria Bonita rendeu frutos capazes de perpetuarem a família Ferreira que, ainda hoje, relembram com saudosismo as estórias mirabolantes que circulam pelo imaginário e cancioneiro popular nordestinos, além da tão de praxe literatura de cordel.

Sem dúvida Lampião foi um ícone. Homem, herói, bandido, devoto de "Padim Ciço" e amante, o Brasil teve um dos maiores elementos capazes de mostrar que a História não é apenas formada pelos poderosos: sempre existe uma raiz popular marcante dentro de um universo sem limites para determinar uma cultura, um povo, uma tradição.

E viva Lampião, cabra macho sim sinhô!!


3 comentários:

  1. Eu ainda acho que ele mais mais bandido que herói, até pq fazia e muito uas próprias leis .... mas uma coisa que vc falou me faz pensar muito sobre tudo, que é isso de viver em uma situação adversa. Nesse caso, qual lei é soberana? No que exatamente as pessoas acreditam? Acho que nas suas leis ... sobretudo quando se tem poder nas mãos, que era o caso no caba macho citado no texto.

    Enfim, eu tenho medo de tanto poder assim e tenho mais medo ainda dessas situações adversas, pois elas acabam destruindo as pessoas e construindo marginais, sem fé, sem futuro, sem nada.

    Beijos!

    .

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  2. Eu nunca estudei coronelismo com NENHUM professor, o único que destacou este importante assunto foi Diogo), ele nos mandou até pesquisar sobre isso.

    E foi nesta pesquisa que eu conheci a biblioteca pública do treze de maio! Até então eu nunca tinha visitado. AHSiuAHSuiaHSuiha
    Como é que eu ainda me lembro disso? Foi na oitava serie! kkk

    Porquê os professores e os livros didáticos falam tão pouco desta política oligárquica dos coronéis?

    Falam muito da Rep. do café-com-leite (que é bastante relacionado), mas não detalham o coronelismo.

    Porquê é tão dificil achar fontes ricas? Pelo menos é o que eu senti quando procurei em livros e na internet, tanto é que pra conseguir realizar a pesquisa eu tive que ir à biblioteca pública.

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  3. Parabéns pela postagem.

    O Cangaço é um dos movimentos mais ambíguos da História Brasileira e deve ser repensado e analisado com muito afinco. A questão do meio e do coronelismo possuem um influência significativa quando de se estuda este fenômeno.

    Grato pelo comentário e um abraço!

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