sexta-feira, 8 de fevereiro de 2008

O Verdadeiro Recife

Fim de semana se aproximando, resolvi vasculhar sobre um tema que fosse interessante de se falar hoje, postagem última de uma semana curta que se foi como o carnaval: rápido demais. Enquanto saímos da folia de Momo e já observamos a chegada dos ovos de Páscoa nas prateleiras dos supermercados (eita país cheio de feriado da gota...), decidi postar sobre algo que recebi há algum tempo no meu e-mail.

O título da postagem não é por acaso: o verdadeiro Recife, o Recife de Manuel Bandeira, de João Cabral de Mello Neto, de Dantas Barreto, do Conde da Boa Vista e de tantos outros não existe mais. Recife esse que também era da minha bisavó, do meu avô, que com saudade viu fotos antigas aqui em casa por mim mostradas. Hoje passamos nas ruas, entrecruzamos becos e vielas como os antigos, mas não vemos nem respiramos mais o Recife de outrora. A modernidade acabou com a beleza natural de nossa cidade, fazendo construções imponentes e marcantes durante décadas virem abaixo em prol dos valores comerciais e dos interesses políticos.

Muitos aqui nunca ouviram falar em Arranha-céu da Pracinha, Casa de Banhos, Casa do Navio, Grande Hotel, o Campo de Pouso do Ibura, enfim, lugares que deram espaço para o surgimento de um Recife pronto para o tempo louco e corrido que vivemos; um Recife marcado de efemeridade e saudosismo; um Recife com cara de Pernambuco mesmo. Eu não consegui ver muitos desses locais, outros consegui e estive lá quando menino e admito: preferia o Recife do meu avô ao que tenho hoje. O Recife de hoje deixou de ser um lugar seguro, um lugar onde meu filho pode brincar na rua até tarde com o vizinho, onde as pessoas podem se entrecruzar nas ruas sem medo, para ser um lugar sombrio, onde todos se recolhem cedo e os estranhos nem trocam por educação os costumeiros bom dia, boa tarde e boa noite.

Estamos entrando no fim de semana e essa reflexão cheia de saudade é também para que pensemos: falamos tanto que somos diferentes dos paulistas, cariocas, mineiros, gaúchos, mas estamos vivendo nos mesmos moldes globalizantes deles. Então, pensando bem, no que somos diferentes? Apenas nas manifestações culturais?

Um abraço grande a todos e um bom final de semana! Próxima atualização na segunda!

PS: deixo uma lembrança aos visitantes... algumas fotos do Recife de ontem. As fotos são do Centro da Cidade.




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