sábado, 10 de abril de 2010

Quando a limpeza vira sujeira...

Vendo algumas matérias que circulam pelos tablóides internacionais nas últimas semanas, lembrei de um caso que gostaria de comentar aqui: a visita do ex-presidente dos EUA, George W. Bush, ao Haiti. Fazendo pinta de bom moço, de figura carismática e diplomática, o Republicano apertou mãos, distribuiu abraços e evitou comentar sobre política, sobretudo sobre o governo de seu sucessor, o atual presidente Barack Obama.

Mas o fato que se destaca nisso tudo é que, mesmo rivais políticos, Obama conseguiu congregar as forças de Bush e de outro ex-presidente, Bill Clinton, na visita ao local. Após ter sucesso em sua iniciativa de "cuidar da América", buscando "justificar" o lema da Doutrina Monroe ("A América para os Americanos"), Obama apertou a mão de Bush que, prontamente após o fato, usou um tubo de álcool gel para "limpar" as mãos. Ironicamente, Bush ainda ofereceu o tubo a Obama.

Entendam como quiserem, mas eu não consigo ver outra coisa senão a velha rivalidade racial que está impregnada na sociedade americana há séculos e agravou-se, sobretudo, após a Guerra de Secessão (1860-1865) que levou negros e brancos a buscarem termos para convivência numa "nação democrática de fato e direito". Acontece que, desde esse processo forçado de construção nacional a partir de regiões e etnias, feito atabalhoadamente pelo ex-presidente Abraham Lincoln antes desse mesmo ser assassinado, negros e brancos não conseguiram encontrar pontos de convergência que os fizessem realmente deixar de lado estereótipos, tradições e modos de interpretar a situação pela nociva herança racial.

De qualquer forma, imagine se Bush tivesse tomado a mesma atitude quando visitou o Haiti... haja conteiners e conteiners de álcool gel para as mãos do republicano...

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