Relembrando rapidamente, tivemos no Absolutismo um sistema constituido pelos poderes Legislativo, Executivo e Judiciário concentrados nas mãos do soberano, homem de valor, preparo e caráter que era apoiado mediante filosofias e interesses de outras classes sociais como a burguesia e a Igreja Católica. Mais de quatro séculos se passaram e parece que ainda existem vestígios desse sistema no mundo ainda hoje, salvaguardando suas particularidades, claro. É o caso do nosso vizinho próximo na América do Sul, a Venezuela.
O referendo político realizado no último domingo apontou que o atual presidente (ou seria ditador? Ou até mesmo Monarca?) Hugo Chávez está se perpetuando no poder cada vez mais. Agora, o povo venezuelano (ou diria súditos de um rei louco?) acataram a decisão de estender o mandato de Chávez até, no mínimo, 2039, quando acredita-se realizar outro referendo para definir os rumos políticos de um país que vive economicamente quase que essencialmente dos lucros produzidos pela venda de petróleo e gás natural, ambos sob controle da estatal PVDSA.
A comparação não é uma coisa absurda. Podemos perceber que Chávez retoma princípios dos antigos monarcas, como a preparação para governar, reunir condições para evitar que o país mergulhe no caos financeiro (onde já está!) e principalmente, mantenha seu povo em condições de continuarem tendo suas vidas normalmente, sem o assombroso fantasma do desemprego ou das altas taxações sobre impostos. Até onde ele alimentará essa loucura, pouco se sabe, o fato é que a cada ano que passa, ele toma mais gosto por essa "Teoria do Poder Temporal Perpétuo".
Luís XIV foi o maior rei europeu até hoje, sem sombra de dúvida. O mesmo consenso não vale para Chávez, que antes de ser um governante sensato, preparado e justo é um ditador que possui um egocentrismo maior do que sua função. Pessoalmente, comparando os dois ícones (dois??), temos aí sim um erro crasso para a História que faria o nobre rei contorcer-se em sua sepultura.